segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A maior bomba da minha vida

Prestamos o exame de admissão e, aprovados, fomos para o ginásio. Escola nova, professores novos, tudo muito diferente do grupo escolar. De crianças, passamos a ser chamados de adolescentes e, como tal, tratados. O maior impacto foi o número de professores e suas respectivas matérias. Não tínhamos mais um professor, mas vários. O ”meu professor” foi  substituído por “nossos professores”.
A grande quantidade de matérias nos deixava atônitos. Eram aulas de Matemática, Português, Latim, Francês, História do Brasil, Geografia, Ciências, Música, Trabalhos Manuais, Desenho e  Educação Física. Era um esquema completamente novo. Tivemos que nos adaptar a uma nova rotina de estudos, com horários pré-estabelecidos, e ter a nossa volta, além dos  professores, inspetor de alunos, orientador educacional, diretor, etc. 
Éramos mais de trinta alunos na classe. Como meu nome começa com z, sempre fui a última da chamada. Isso não era legal. Nas chamadas orais, o professor sempre escolhia o primeiro ou o último número, por isso era preciso ter sempre a matéria em ordem, para não ficar com ponto negativo. 
Outra coisa que ficou na minha lembrança, foi o controle de frequência. Cada aluno tinha a sua carteira de estudante. Na porta de cada sala, havia uma caixinha, onde depositávamos a mesma logo na entrada. O inspetor de alunos recolhia, diariamente, e carimbava a presença. Nela eram lançadas também as notas e outras observações. O momento mais temido era a entrega dos boletins pela Orientadora Educacional. Ela se posicionava na frente da classe e chamava um por um, fazendo as devidas observações sobre aproveitamento, frequência, etc. A avaliação era rigorosa. Além das provas escritas, havia as orais. No final do ano, exames escritos e orais, e a famosa segunda época para os alunos que não haviam alcançado média em duas matérias. Última chance de ser promovido.
O ano de 1956 chegou ao fim. Não foi fácil. Fomos bem sucedidos em algumas matérias, mas em outras, foi um desastre. A classe inteira foi reprovada, com exceção de duas alunas, uma delas, a Ana Maria Azevedo, a Aninha, que tive a alegria de rever no Dia do Reencontro. 
Guardo lembranças lindas e preciosas de meus professores da primeira série do ginásio. É sobre eles que vou falar na próxima postagem. 

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