Prestamos o exame de admissão e, aprovados, fomos para o ginásio. Escola
nova, professores novos, tudo muito diferente do grupo escolar. De crianças,
passamos a ser chamados de adolescentes e, como tal, tratados. O maior impacto
foi o número de professores e suas respectivas matérias. Não tínhamos mais um
professor, mas vários. O ”meu professor” foi substituído por “nossos
professores”.
A grande quantidade de matérias nos deixava atônitos. Eram aulas de
Matemática, Português, Latim, Francês, História do Brasil, Geografia, Ciências,
Música, Trabalhos Manuais, Desenho e Educação Física. Era um esquema
completamente novo. Tivemos que nos adaptar a uma nova rotina de estudos, com
horários pré-estabelecidos, e ter a nossa volta, além dos professores,
inspetor de alunos, orientador educacional, diretor, etc.
Éramos mais de trinta alunos na classe. Como meu nome começa com z,
sempre fui a última da chamada. Isso não era legal. Nas chamadas orais, o
professor sempre escolhia o primeiro ou o último número, por isso era preciso
ter sempre a matéria em ordem, para não ficar com ponto negativo.
Outra coisa que ficou na minha lembrança, foi o controle de frequência.
Cada aluno tinha a sua carteira de estudante. Na porta de cada sala, havia uma caixinha,
onde depositávamos a mesma logo na entrada. O inspetor de alunos recolhia,
diariamente, e carimbava a presença. Nela eram lançadas também as notas e
outras observações. O momento mais temido era a entrega dos boletins pela
Orientadora Educacional. Ela se posicionava na frente da classe e chamava um
por um, fazendo as devidas observações sobre aproveitamento, frequência, etc. A
avaliação era rigorosa. Além das provas escritas, havia as orais. No final
do ano, exames escritos e orais, e a famosa segunda época para os
alunos que não haviam alcançado média em duas matérias. Última chance de ser
promovido.
O ano de 1956 chegou ao fim. Não foi fácil. Fomos bem sucedidos em algumas
matérias, mas em outras, foi um desastre. A classe inteira foi reprovada, com
exceção de duas alunas, uma delas, a Ana Maria Azevedo, a Aninha, que tive a
alegria de rever no Dia do Reencontro.
Guardo lembranças lindas e preciosas de meus professores da primeira
série do ginásio. É sobre eles que vou falar na próxima postagem.
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