Hoje quero homenagear três grandes professores: Seu Marcelino, Dona Vera
e Dona Nilza.
Seu Marcelino, já bastante idoso, prestes a se aposentar, foi quem nos
iniciou no Latim. Era Pai de nossa professora do curso de admissão ao ginásio.
Morava próximo de minha avó Carmela, por isso conhecia bem sua família. Não
lembro o nome de sua esposa, mas Edna e Elisa eram os nomes de suas filhas.
Edna foi embora de Lençóis, mas Elisa mora aqui. Seu Marcelino, muito amoroso
conosco, não conseguiu colocar em nossas cabeças o tal do Latim. Creio que foi
uma das matérias na qual fiquei retida. Seu Marcelino bem que tentou, mas quem
conseguiu foi o Professor Célio Pinheiro no ano seguinte.
Dona Vera, Professora de Português, merece um livro, não um simples
comentário. Ela foi amada e odiada ao mesmo tempo. Vou explicar o porquê. Era
competentíssima e muito exigente. Suas aulas nos transportavam para situações
nunca vivenciadas antes. Ocupava a lousa como ninguém. Tudo partia de um texto
de um autor famoso. Expunha a vida do mesmo como se tivesse vivido na mesma
época. Dali, para a gramática aplicada ao texto, era muito fácil para ela.
Nossos cadernos não tinham pé, nem cabeça, tamanha era a quantidade de
ensinamentos que passava. A lousa ficava cheia, não da forma convencional,
parecia que queria dar forma a tudo que falava. Eram rabiscos, breves
anotações, setas, etc. Sem falar das redações que corrigia com caneta vermelha.
Tive oportunidade de ir várias vezes em sua casa. Sempre a encontrava
mergulhada na correção das redações. Foi com a Dona Vera que comecei a entender
e gostar de Português. Atribuo a ela, também, o gosto despertado em mim pelo
Latim. Amada e odiada. Por quê? Porque muitos alunos não conseguiam atingir o
nível de aprendizagem que ela queria e, por décimos, repetiam o ano. Muitas
vezes ficavam só em Português, mas tinham que fazer todas as matérias.
VERA BRAGA FRANCO GIACOMINI é nome de uma escola em Lençóis Paulista, no
Bairro Cecap. Homenagem justa e merecida.
Dona Nilza, Professora de Francês, também veio de fora para dar aula no
Virgílio Capoani. Seu marido era Professor de Educação Física. Moravam em uma
casa em frente à escola. Além das aulas normais, duas vezes por semana, Dona
Nilza se dedicava ao Clube de Francês. Era uma atividade extraclasse para os
alunos que queriam aprender além do que era dado em sala de aula. Dona
Nilza era muito simpática e aprender francês com ela era muito legal.
Aprendemos a rezar a Ave Maria, o Pai Nosso. Frére Jaques, acalanto, era
cantado em dois grupos. Também sabíamos entoar a Marselhesa, Hino Oficial da
França. Eram momentos muito agradáveis de convivência com a professora. Dona
Nilza ficou no meu coração, assim como o francês. Na minha lembrança
ficaram as cenas bucólicas descritas no livro de textos em francês. Parece que
sinto as folhas dos plátanos caídas no chão no outono. Não tive dificuldade
para aprender o Francês.
Seu Marcelino, Dona Vera e Dona Nilza são professores que me marcaram
muito. Minha eterna gratidão.
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