terça-feira, 23 de dezembro de 2014

AS EMOÇÕES QUE NOS TOMAM NO ADVENTO

Raramente saio às ruas durante o dia. Porém, segunda passada, a necessidade me obrigou. Tive que ir ao médico e, na volta, uma feliz surpresa. Eis que alguém muito especial para mim me chamou. Dela recebi dois calorosos abraços em agradecimento pela página que publiquei em meu blog, falando de sua mãe, a professora Lilah. Esta pessoa se chama Cássia, a nossa querida artista, Cássia Rando, muito conhecida pela arte que produz e dona de uma sensibilidade fora de série. Sua mãe, a Lilah, minha querida amiga e colega de trabalho por anos a fio, emocionou-se até as lágrimas ao ouvir a página que dediquei a ela em meu blog. Cada vez que recebo um comentário a respeito do que escrevo, fico muito feliz, porque sei que estou alcançando meus objetivos, ou seja, homenagear pessoas que fizeram em suas vidas somente o bem, principalmente, como profissionais da educação. Foi o caso da Lilah. Embora com pressa, me detive algum tempo conversando com a Cássia. Emocionei-me também com o lindo presépio montado logo na entrada de sua “escolinha de arte”. Cássia, referindo-se a minha memória, disse que não se conforma como eu tenho vivas as lembranças e que eu tenho memória fotográfica. Respondi-lhe que não é fotográfica, mas sim afetiva. Guardo na lembrança, vivamente, tudo aquilo que me tocou positivamente. Quero continuar contagiando as pessoas relatando boas lembranças, envolvendo-as num clima que neutralize um pouco o “barulho” produzido pelo nosso mundo atual e permita curtir de uma outra forma os novos tempos. Eu tenho dificuldade de dominar toda essa tecnologia digital, porém, encontrei dentro da mesma, um recurso para continuar a fazer coisas que me dão prazer.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

2014 – INTERROMPIDA, DEPOIS DE QUATRO DÉCADAS, A CAMPANHA DAS MADRINHAS DE NATAL DO LAR DA CRIANÇA DONA ANGELINA ZILLO - SAIBA O PORQUÊ

Causou estranheza para muitos a ausência do tradicional convite para ser Madrinha de Natal de uma das crianças do Lar D. Angelina Zillo. Procurei pela responsável do mesmo, Irmã Lídia, que prontamente me acolheu e agradeceu por ajudá-la a justificar a interrupção da campanha neste ano. É claro que a maior parte da comunidade onde está inserido o Lar da Criança sabe da grande reforma que a Comunidade das Franciscanas está levando a frente, com o intuito de atender cada vez melhor as crianças ali acolhidas. Com um trabalho de formiguinha, de tempos em tempos, somos surpreendidos com inaugurações, Porém, somente elas e seus fiéis colaboradores sabem dizer os apuros financeiros para atingir seus objetivos. O Jornal Voz Católica trouxe uma matéria muito bonita sobre a inauguração da capela. Muito feliz, Irmã Lídia falou que no ano que vem teremos missas diárias às 6h30. Lembrei-me com saudades do tempo em que tínhamos, na Matriz, diariamente, a missa às 6h da manhã. Que bom, mais uma opção para a comunidade católica de Lençóis. Toda feliz, Irmã Lídia contou que o Lar da Criança já tem registro no MEC como Escola de Educação Infantil. Portanto, é uma escola reconhecida, com regimento próprio. Quem é da área da educação sabe como é difícil o reconhecimento e as exigências. Parabéns à Congregação das Franciscanas, que mantém escolas e colégios de alto nível em várias localidades do Brasil. Justamente pela necessidade de atender melhor as crianças, adaptando todos os espaços necessários ao seu desenvolvimento, é que neste ano ficou inviável a festa. Irmã Lídia disse que será mantido aquele encerramento com um almoço diferenciado, cheio de surpresas. Para o ano que vem, a campanha será repensada. Tudo vai depender do que acontecerá ao longo de 2015. Só podemos desejar muito sucesso para a Irmã Lídia, responsável neste momento pela sua administração. Um Feliz e Santo Natal a todos e um agradecimento especial a todas as Madrinhas de Natal, que ao longo de quatro décadas, se mantiveram fiéis!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O PIPOCAR DAS CAMPANHAS DE NATAL - QUINTA PARTE

Com o passar dos anos, minhas madrinhas de natal foram crescendo profissionalmente. Quem tinha apenas o Curso Normal, foi buscar formação superior. Os concursos públicos foram acontecendo. A Legislação da Educação trouxe novas exigências com relação à educação infantil. As creches foram se tornando uma realidade para atender os filhos de mães que trabalham. Grande parte de nossas professoras madrinhas, desejosas de fazer carreira, prestaram concursos públicos e foram trabalhar nas escolas de educação infantil como Diretoras e, também, responsáveis por creches. Já em seus novos cargos, lançaram o mesmo movimento nos seus estabelecimentos de ensino. A partir de então, praticamente todas as crianças, independente de sua condição social, tinham garantida a sua caixa de natal. No início foi tudo bem. Mas os mesmos problemas que enfrentamos no Lar da Criança, agora se repetiam nas creches, sem falar que para não dizer não, muitas madrinhas de natal assumiam mais que um afilhado. O gesto de generosidade, antes feito com tanto amor e desapego, começou a pesar. Os problemas foram se agravando e, em pouco tempo, o movimento de madrinhas de natal nas creches chegou ao fim. O único que sobrevive até hoje é o do LAR NOSSA SENHORA DOS DESAMPARADOS, que tem à frente minha grande amiga e companheira de jornada MARIA ÂNGELA TRECENTI CAPOANI. Desde que o movimento nasceu no Lar da Criança, sempre assumiu uma criança para ter como afilhada de Natal. Foi a Ângela que teve a iniciativa de introduzi-lo no asilo. Desde então, assumi uma afilhadinha de Natal, hoje com 102 anos. Quando aceitei ser sua madrinha, disse que seria madrinha dela enquanto ela vivesse. Ela se chama Dona Sebastiana. Deus lhe deu a graça de uma vida longa. Embora não esteja mais lúcida, foi sempre muito feliz, vaidosa, gostava de se enfeitar, de se arrumar, de se perfumar. Hoje está numa cadeira de rodas e recebe os cuidados das queridas irmãzinhas do asilo. É uma chama que permanece acesa nos seus 102 anos. Que Deus a abençoe sempre!

sábado, 13 de dezembro de 2014

PADRONIZAR OU NÃO AS CAIXAS DE NATAL? - QUARTA PARTE

Os anos foram passando, a campanha de Natal foi ganhando novas formas. O objetivo era tão nobre, e a generosidade das madrinhas tão grande, que oferecer para as crianças apenas a roupinha nova de Natal era pouco. Com isso, novos itens foram acrescentados. Por que não colocar um brinquedinho, uns docinhos? Que tal um boné para os meninos, uma pulseirinha para as meninas? E assim a caixa começou a crescer. Era impossível conter a generosidade das madrinhas. É claro que, a partir desse momento, os problemas começaram a surgir. As caixas, ou os pacotes, começaram a ficar de tamanhos diferentes, uns maiores,  outros menores, e houve a inevitável comparação. Passamos a conscientizar os pais da necessidade de só abrir as caixas ao chegar em casa. Era um pequeno sacrifício que estávamos oferecendo a Jesus. E assim foi. Como padronizar um presente oferecido com tanto carinho para uma criança? Cada um tem seu jeito de expressar a sua generosidade. O gesto para mim sempre foi mais importante do que o conteúdo da caixa. Quem põe altas expectativas nas cabecinhas das crianças são os adultos. Quem contamina a pureza delas são os próprios pais, que colocam o valor material acima de tudo. Este fato fez com que buscássemos alternativas para que, pelo menos exteriormente, as caixas fossem todas iguais, diminuindo o impacto da comparação pelo tamanho. Quem nos socorreu nesta tentativa por uns dois anos, foi a Indústria Orsi. As madrinhas não gostaram da iniciativa e voltamos a permitir que cada uma colocasse o presente da forma que lhe aprouvesse. Por que a ideia não deu certo? Porque estávamos interferindo na liberdade da madrinha externar a delicadeza de seu gesto, na confecção do pacote. Realmente, havia embalagens que eram verdadeiros presentes. Era uma festa para os olhos!
Nos primeiros anos da campanha, eu recebia as caixas em minha casa. Só levava para o Lar no dia da festa. Eu vibrava com a chegada de cada uma. Com isso, tinha oportunidade de agradecer pessoalmente cada madrinha e reforçar o convite para a festa de entrega. Poucas madrinhas passaram pela experiência de presenciar a entrega. Quem foi alguma vez, se emocionou muito.
Meus filhos foram se envolvendo de tal maneira com o meu trabalho, que acabaram me dando trabalho. Eram muito novos para entender que havia caixas para tantas crianças, e não havia para eles. Para contornar a situação, eu tive que fazer caixas para eles também, até entenderem o processo. Claro que a madrinha era sempre eu.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A FESTA DE NATAL IDEALIZADA PELA IRMÃ MARIA ANTONIETA - TERCEIRA PARTE

Enquanto eu fazia os contatos por telefone, as funcionárias do Lar da Criança levantavam os dados para fornecer para as madrinhas, ou seja, o tamanho da roupa e o número do calçado. No início da campanha, o mais importante era vestir a criança para a missa de Natal. Era um objetivo totalmente voltado para a parte religiosa. Como a maioria das madrinhas eram professoras e também tinham filhos pequenos, dávamos a ela a oportunidade de colocar na mesma caixa, roupas usadas em bom estado de uso, de seus filhos, assim como calçados. Eram tantas crianças, que conseguíamos unir o útil ao agradável. Foi assim por algum tempo.
Além de fazer o contato telefônico, com posse dos dados fornecidos pelo Lar, com a ajuda do mimeógrafo, eu fazia as cartinhas e entregava pessoalmente nas casas. Esse trabalho era feito à noite, com a ajuda de meu marido, sempre com meus filhos junto. No começo tinha apenas a Cássia. Depois veio o Evandro, o Fernando e por último a Viviane. Os quatro filhos acompanharam todo o processo ao longo dos anos. Minha maior alegria foi quando, já crescidos e empregados, também adotaram Afilhados de Natal.
Enquanto eu fazia a minha parte, as Irmãs do Lar preparavam com as crianças a festa para receber o tão esperado presente. Eram números lindos, preparados com muito amor. Eram cantos alusivos ao Natal, encenações, homenagens. O momento mais alto era a encenação do Nascimento de Jesus. Geralmente, a festa era marcada bem próxima do Natal. Todas as famílias das crianças compareciam. Era um momento muito familiar, muito forte. A emoção tomava conta de todos.  Nunca conseguimos a presença das madrinhas para fazer a entrega pessoalmente. Muitas preferiam o anonimato, outras, devido à compromissos, se esquivavam, mas as caixas que chegavam demonstravam com quanto carinho haviam sido feitas. Os olhinhos faiscavam intensamente durante toda a festa, ansiosos pelo momento da entrega. A curiosidade era tanta, que ao recebê-las, abriam ali mesmo. Ficávamos muito felizes, por vê-las tão felizes. Nunca deixei de comparecer. Tinha o dever moral de representar minhas queridas Madrinhas de Natal. Como havia sempre um cartão da madrinha para a criança, muitas conseguiam descobrir de quem haviam recebido o presente. E assim foi por muitos anos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O SONHO DA IRMÃ MARIA ANTONIETA - SEGUNDA PARTE

O grande objetivo da Campanha de Natal lançada pela Irmã Maria Antonieta de Mello era que cada Madrinha desse de presente, para seu afilhadinho, a roupinha nova para ir à missa no Dia de Natal. Era um objetivo totalmente voltado para a grande festa do NASCIMENTO DE JESUS. Era tão terno, que a pessoa convidada, dificilmente, recusava o convite. O primeiro passo seria elaborar uma lista de Madrinhas, com seus respectivos telefones, e fazer o convite. Por anos a fio, mais ou menos dois meses antes do Natal, por noites seguidas, eu ia fazendo as ligações. Com o passar dos anos, as madrinhas que se mantiveram fiéis, ao atender a minha ligação, já sabiam que eu estava anunciando o Natal das Crianças do Lar. Muitas vezes, não precisava nem completar o pedido, eu já ouvia um sonoro SIM. O que ficou na minha lembrança era o desejo da grande maioria, um afilhadinho bem pequenininho, como se fosse o próprio Menino Jesus. É claro que nenhuma criança, independente da idade, sexo, filiação, ficou sem madrinha. Enquanto Irmã Maria Antonieta permaneceu em Lençóis, teve a satisfação de ver a sementinha por ela plantada, germinar, dar muitos frutos, colocando no coração de todos o verdadeiro sentido do Natal. Chegou o dia de Irmã Antonieta ser transferida de Lençóis para Bernardino de Campos. Sempre nos mantivemos ligadas. Trocávamos correspondências. Nunca deixou de responder nenhuma de minhas cartinhas. Guardo-as até hoje. Todo Natal, depois da festa, escrevia e descrevia como havia sido a festa. Ela respondia feliz e sempre orava por mim e pela minha família.
Do Lar da Criança Dona Angelina Zillo, ela foi transferida para o Asilo de Bernardino de Campos. Próximo do Natal, no mesmo ano em que lá chegou, arregaçou as mangas e iniciou a mesma Campanha de Natal, só que direcionada para os Velhinhos do Asilo. Enquanto viveu, manteve essa garra. Foi uma incansável guerreira. Quem ouve a descrição de seus feitos, imagina uma pessoa jovem, de físico robusto, olhar autoritário, sempre disposta a conseguir seus objetivos. Está completamente enganado. Era um tipo mignon, baixinha, miudinha, de idade avançada, serena, suave, terna, mas de um vigor a toda prova. Guardo e vou publicar algumas mensagens que ela me enviou. Era muito prendada. Fazia os próprios cartões que mandava. Pintava e desenhava no papel vegetal. Quanta delicadeza nos seus gestos. Nas cartinhas que me enviava, colava figurinhas, mandava santinhos, orações e sempre pedia pela padroeira do Lar. De Bernardino de Campos, Irmã Antonieta ainda foi transferida para Sorocaba. Já com idade bastante avançada, foi recolhida ao Anexo do Hospital de Lindóia, cuidado pelas Irmãs de sua congregação, as Franciscanas, para onde vão todas as Irmãs que não têm mais condições de trabalho. De servidora, passa a ser servida por suas irmãs. Enquanto viveu ali recolhida, fui visitá-la algumas vezes. Hoje é mais um anjo no céu. Releio e me alimento com suas mensagens. Tenho muitas saudades dela. É uma poderosa intercessora, junto a Deus, pela sua congregação, disso tenho certeza!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

UM ANJO QUE CAIU DO CÉU - PRIMEIRA PARTE

Há mais ou menos quatro décadas, um anjo caiu do céu diretamente sobre o Lar das Crianças Dona Angelina Zillo. Este anjo atendia pelo nome de Irmã Maria Antonieta de Mello. Um dia, atendendo seu chamado, fui procurá-la. Quem falou de mim para ela, eu não sei, mas fiquei muito feliz em poder ajudá-la no que ela se propunha a fazer. Irmã Antonieta queria lançar a Campanha de Natal em benefício das crianças do Lar. O Lar da Criança Dona Angelina Zillo sempre teve como objetivo acolher crianças de mães que trabalham, desde bebês, até a idade escolar, muitas vezes, até ultrapassando limites de idade. Assim, acolheu crianças desde a mais tenra idade até dez, onze, doze anos. Por décadas, serviu às famílias. Com muita caridade, zelo, amor, procurava suprir a ausência da família durante o dia, recebendo as crianças logo de manhã e entregando-as no final do dia. Tudo era cuidado com o maior carinho: as refeições, o banho, as brincadeiras, o soninho depois do almoço, a catequese, as primeiras atividades escolares, os cantos, etc. Eram verdadeiros Anjos da Guarda destas crianças. Voltemos ao desejo da Irmã Maria Antonieta de Mello: ajudá-la na Campanha de Natal pelas Crianças do Lar. O grande objetivo da campanha era encontrar uma MADRINHA DE NATAL para cada criança do Lar. Recém-chegada em Lençóis, Irmã Antonieta precisava de alguém que a ajudasse a procurar essas pessoas que se dispusessem a colaborar, aceitando um afilhadinho de Natal. É claro que aceitei de imediato, pois tinha todas as condições para realizar o seu pedido. A ideia era linda, os contatos começariam pelas escolas, no meu ambiente de trabalho. As madrinhas, com certeza, seriam minhas colegas de profissão, professoras, e seriam elas também, minhas melhores auxiliares na busca de madrinhas suficientes para a grande demanda do Lar, que nunca foi inferior a cem crianças matriculadas. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

VÍDEO DOCUMENTÁRIO - CONVITE

No dia nove de dezembro (terça- feira), às 19h30, a EMEF ESPERANÇA DE OLIVEIRA será palco do lançamento do VÍDEO COMENTÁRIO que conta a história do CENTENÁRIO DA ESCOLA ESPERANÇA DE OLIVEIRA. Assim, a escola encerra com chave de ouro as festividades em honra aos cem anos da mesma. O vídeo é esperado com grande ansiedade, pois trata-se de uma inovação na forma de deixar para a posteridade  a história de um século de trabalho em prol da educação. Ansiedade por parte de todos que escreveram a sua história. Com certeza, as cenas que serão mostradas, despertarão em todos, além do sentimento de saudade, o orgulho de ter passado por seus bancos e por grandes mestres.
Quando iniciei o meu blog, tinha por objetivo, registrar a minha trajetória profissional. Por esse motivo, paralelamente a tudo que estava sendo preparado, registrei todas as minhas lembranças de aluna nesta escola querida. Berço de minha formação, por ali passei quando fiz o primário, ali retornei como estagiária do curso normal e como professora efetiva já em final de carreira. Só não encerrei a minha carreira profissional na escola de minha infância, porque, tendo prestado um concurso para diretora, tive que dizer adeus e assumir um novo cargo.  Mais uma vez, quero expressar minha gratidão aos meus primeiros professores: D. LEDA, D. ZILDA, D. CLÉLIA, D. MARIA e D. MARIAZINHA; aos queridos diretores: S. NASCIMENTO, S. ELZO, S. SEBASTIÃO e S. GERALDO. Saudades de meus coleguinhas de classe, que por motivos variados tomaram outros caminhos. E a alegria de ter tido a oportunidade de conhecer e trabalhar com grandes mestres no final de minha carreira, cuja amizade conservo até hoje. Minha admiração por todos que tiveram a feliz ideia de comemorar o centenário de nosso querido grupo escolar, com tão grande destaque. O passado deve ser reverenciado. Podemos olhar para trás e fazer isso. No futuro, que outras gerações olhem, reconheçam e reverenciem também o que construímos!

sábado, 6 de dezembro de 2014

A ÁRVORE GENEALÓGICA

Tão importante quanto visitar um museu, é construir a árvore genealógica da família. Na minha época de criança, nós não demos a devida importância a mesma. Que bom que hoje, ela faz parte do currículo escolar. Logo cedo, nossas crianças descobrem dados importantíssimos da formação da família a qual pertencem. Através da História de seus antepassados, compreendem melhor a questão da imigração, as atividades econômicas de séculos atrás, o desenvolvimento do país. Quando meus filhos nasceram, como toda mãe, comprei e comecei a preencher o álbum do bebê, anotando em cada um deles, fatos importantes de suas infâncias. As primeiras páginas eram dedicadas à árvore genealógica: pais, avós maternos, avós paternos, etc. Hoje, na escola, vão além, pesquisam os nomes dos bisavós, trisavós, nacionalidades, etc. E assim, através da própria História, elas vão se inserindo  num universo maior. Em Lençóis, predomina a descendência italiana. Com a internet, a comunicação se ampliou e a facilidade de levantar dados ficou ao alcance de todos. Quantos descendentes de italianos descobriram familiares na longínqua Itália e se aproximaram. Quantos conseguiram dupla nacionalidade graças a esse parentesco. Quantos vieram conhecer o Brasil em visita a parentes e vice versa. Assim aconteceu na minha família (Boso) e na família do Belmiro (Radichi e Cavassutti). Era uma festa quando chegava alguém da Itália. Eles ficavam encantados com os nossos costumes e com as belezas do nosso país. Também souberam acolher e hospedar todos que tiveram oportunidade de ir para lá.
Passado, presente e futuro. O passado já está escrito, o presente estamos escrevendo e o futuro está para se realizar. A proximidade com o Natal nos enche de esperança, renovando nossas forças na construção de um mundo onde a paz e o progresso caminhem sempre juntos. Que as gerações futuras saibam também respeitar a História que estamos escrevendo no presente.  

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CAIXAS REGISTRADORAS

Que fonte inesgotável de conhecimentos é um museu. Que oportunidade inigualável de valorizar tudo que está a nossa volta! As crianças arregalam os olhos, quando acompanhando-as, contamos histórias de tudo que já presenciamos em nossas vidas e que agora são parte de um museu. No museu, foi diante de uma Caixa Registradora que me detive. Tão antiga, mas que reluzia como se fosse nova, e ali toda imponente, consciente de seu valor, se exibia orgulhosa de sua utilidade em épocas passadas. Para chegar à calculadora, o homem passou por um processo primitivo de contagem, fazendo a correspondência entre pequenos objetos como pedrinhas, pauzinhos e quantidades de coisas que queriam contar, até que surgissem os números. O alfabeto e os números causaram uma revolução na humanidade! A imprensa possibilitou a preservação de nossa História, antes só transmitida oralmente.  Impressoras antiquíssimas, importadas, que fizeram a diferença na comunicação, também estão ali, levando-nos a imaginar o trabalho que devia dar para editar um jornal. Outra máquina que me deixou impressionada foi um tear importado da Itália. Peça de Museu, realmente. Interessante notar que a essência, ou melhor, o processo que faz a linha se transformar em tecido, permanece, o homem só vai aperfeiçoando o maquinário. Do tear manual para o tear industrial, a matéria prima é a mesma, é o fio se transformando em tecido. Do fio produzido pelo bicho da seda até o fio de garrafas pet, tudo se transforma em tecido no tear.
Quando Deus criou o homem, dotou-o de uma inteligência sem limites. E assim a humanidade é desafiada a dar sempre mais um passo, que nunca será o último. Isto é evolução.
Quando a calculadora de bolso começou a virar moda, fiquei muito revoltada com a sua utilização pelas crianças. Muitas já tinham dificuldade na matemática, agora estimuladas pelos adultos, começavam a usar a mesma para conferir resultados de operações passadas como tarefa. A rapidez com que aprenderam a utilizá-la, levou-as a concluir que fazer operações era perder tempo. Ela resolvia tudo em segundos. Para saber utilizar a ferramenta é preciso um alicerce bem feito. De que vale ter a mais moderna calculadora se desconheço como devo raciocinar e operar para chegar ao resultado que quero? Daí a importância do ensino de Matemática, passando por todas as etapas, até que os principais conceitos sejam assimilados.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

ALÔ, QUEM FALA?

Há poucos dias vi na televisão uma reportagem sobre os orelhões. Na cidade de São Paulo já foram reduzidos praticamente à metade. Perderam a sua função, além da sua manutenção ser muito cara. Em curtíssimo espaço de tempo ficaram obsoletos. Nem os vândalos perdem mais tempo destruindo-os. Lembro-me também de ter lido em algum lugar, quando a comunicação ainda era por telefone, que ia chegar um dia que, além de ouvir a voz, veríamos a imagem da pessoa com quem estaríamos conversando. Tudo aconteceu tão depressa, que o telefone, praticamente foi substituído pelo celular. Hoje, se temos histórias para contar, é porque as coisas não aconteceram com a mesma velocidade atual. Não sei como será a memória de nossas crianças no futuro, tal a velocidade dos acontecimentos. Será que continuarão a valorizar o passado? Será que recordar será um ato prazeroso? Vamos deixar de filosofar e vamos curtir o nosso querido telefone.
Quando eu era criança, a única casa da família que tinha um telefone era a da minha tia Nega. Era uma caixa presa na parede, tinha um bocal fixo, mas a parte de se colocar no ouvido ficava pendurada numa espécie de gancho. A ligação era feita pela telefonista. Para chamar a telefonista, tinha uma pequena manivela. Ao girar, ela produzia um som de campainha e caía no posto telefônico. Gentilmente, a telefonista atendia e fazia a ligação. Não havia discagem direta à distância. Era preciso ir até o posto telefônico, levar o número e pagar para a telefonista fazer a ligação. Minha avó tinha uma prima que morava em São Paulo. Quando queria conversar com ela, procedia assim. Eu ia sempre junto. Havia uma cabine para conversar. Não podia falar muito. A ligação interurbana era muito cara.
No museu, foram modelos expostos como esses, que me despertaram a atenção. Chamei minha netinha de seis anos e comecei a falar sobre o telefone do meu tempo de criança. Não notei interesse nenhum. Talvez o modelo mais recente de celular fizesse mais sucesso. Só não saí chateada porque ela se interessou por Santos Dumont e a mãe fotografou tudo que pôde para ela levar para a professora. Menos mal, fiquei feliz pela professora que conseguiu despertar nela a admiração pelo Pai da Aviação. Será uma futura Comissária de Bordo?