As festas que aconteciam no Esperança de Oliveira eram famosíssimas. Muito bem preparadas pelos seus professores. Onde quer que acontecessem, eram sempre prestigiadas, aliás, a escola tinha uma responsabilidade muito grande nas apresentações, pois o público já sabia que seriam sensacionais. As apresentações em desfiles roubavam a cena. O mesmo acontecia com as confraternizações de final de ano, quando delas só se excluíam os alunos. As aposentadorias sempre foram motivo de festas e homenagens. Lembro-me de uma, a que foi preparada para a aposentadoria da Cidinha Montoro. Nesta tive oportunidade de entrar com uma participação especial, envolvendo os alunos das duas quartas séries do período da manhã. Juntamos os meus alunos e os da Alice, aliás, uma das raras vezes que a vi dando aula para outra série que não fosse o primeiro ano. Preparamos um coral. Embora minha voz fosse muito mais para uma locutora de rádio, sempre me saí muito bem cantando com meus alunos. Pois bem. Era final de ano. Como sempre, até hoje, o clima de Natal começa a entrar em minha casa pela música. Guardo até hoje um LP dos Canarinhos Liceanos, do Rio de Janeiro, com as mais belas canções de Natal. Estas canções fazem parte da vida de minha família. Todo Natal começava a ser preparado através delas. O LP é tão antigo e tão atual, que ele foi atravessando os tempos e suas músicas foram se adaptando às formas mais modernas de reprodução . Do Long Play de vinil para a fita cassete, da fita cassete para o CD, sempre produzindo o efeito mágico da época de Natal. Ouvi as músicas. Selecionei as que fariam parte da apresentação. Ensaiamos. Os recursos que eu tinha nas mãos eram um rádio e a fita cassete. O rádio era portátil, daqueles que a gente ia buscar no Paraguai. Levava para a escola todo dia. De portátil não tinha nada, mas tinha um som! Fui educando o ouvido das crianças fazendo-as ouvir as músicas que iriam aprender a cantar. A cada ensaio do nosso coral, eu ficava mais encantada com os resultados. Mas faltava um detalhe: coral que se preza tem que estar uniformizado. Eram mais de setenta crianças. Aí tive uma idéia. Gostaria que as crianças estivessem todas de branco. O tempo era curto. Não podia nem pensar em pedir para os pais uma veste só para a apresentação de uma noite. Foi então que me lembrei das vestes brancas de Primeira Comunhão. Corri para Tia Yolanda, contei o que estava fazendo e do que estava precisando. Zelosa como era com as coisas da Igreja, prontamente me atendeu, não sem antes fazer uma série de recomendações. Chegou o grande dia. As crianças enfileiradas no corredor central do Esperança de Oliveira, todas de branco, portando nas mãos uma vela acesa. As luzes se apagaram, tendo início a apresentação. Até o tablado do Paulo Zillo havíamos emprestado. Num cantinho ao lado, bem ao meu alcance, meu rádio portátil, ele daria o tom e faria a parte instrumental de acompanhamento. A apresentação causou uma emoção indescritível. Foi o momento mais lindo da festa, que continuou depois com um jantar. No dia seguinte, cuidei de atender as recomendações de tia Yolanda, sempre tão generosa. Lavei pessoalmente as mais de setenta vestes. Os varais de minha casa pareciam da rouparia do céu. Todo branco com as vestes dos anjos! Entreguei todas passadinhas para tia Yolanda, que as guardou para a próxima festa de Primeira Comunhão. Um agradecimento especial a todos os alunos que participaram. Gostaria de lembrar o nome de todos para homenageá-los. Quem sabe algum deles ao ler esta página, hoje adulto, possa compartilhar da mesma emoção!
segunda-feira, 16 de março de 2015
sábado, 14 de março de 2015
ABREM-SE AS GAVETAS DA MEMÓRIA
O dia tão esperado do lançamento do vídeo dos 100 anos do Grupo Escolar Esperança de Oliveira, aconteceu. Com a pergunta: ”ONDE NASCE A ESPERANÇA?” e um texto como resposta, os autores do mesmo sintetizaram muito bem o que ali queriam retratar. Para quem não esteve lá e nem curtiu ainda, deixo aqui a minha apreciação. ONDE NASCE A ESPERANÇA? Nas memórias ou nos sonhos? Na emoção ou na razão? Foi para contar os sonhos e as memórias do Grupo Escolar Esperança de Oliveira, que os autores do mesmo voltaram ao passado e de lá trouxeram personagens que habitam outra dimensão do tempo: a dimensão das memórias. Algumas crônicas de vida, situações escolares interessantes e passagens curiosas entre os alunos e professores são lembradas como HISTÓRIAS REAIS passadas no Esperança de Oliveira. ABREM-SE AS GAVETAS DA MEMÓRIA. Retrocedemos no tempo, à Lençóis Paulista do início do século passado, quando nasce a escola.
Estávamos ali, no galpão lotado do Esperança, ansiosos para o lançamento. Cada detalhe do mesmo foi cuidado com muito carinho. Começa a exibição. Quarenta e cinco minutos de uma emoção indescritível. Uma verdadeira volta pelo Túnel do Tempo. Na montagem do filme, presente e passado se defrontavam o tempo todo .O presente, através da fala dos entrevistados e, o passado, na interpretação dos atores crianças, jovens e adultos .
Parabéns à Esfera Produções que soube captar tão bem a belíssima história de nosso grupo escolar. Parabéns ao elenco. Roubaram a cena: Norma Capoani e Bianchini, ex- professores, que, tranquilamente iam relatando suas memórias, e artistas contratados, que encenavam os fatos recordados. O desempenho dos artistas mirins, a Norminha e o Bianchini, trouxeram a nossa memória cenas reais vividas em nossa infância. Parabéns a todos que deram seus depoimentos e que aparecem no filme. Após a exibição, com a voz embargada, tanto a Norma como o Bianchini posavam para as fotos ao lado dos atores mirins. Bons tempos! Vale a pena assistir!
quarta-feira, 11 de março de 2015
DEGRAUS/ESCADAS
Todos nós temos fixação por alguma coisa. Em matéria de arquitetura, um detalhe que sempre me chamou atenção foram escadas. A primeira grande escada que ficou na minha memória foi a do Esperança de Oliveira. Por quatro anos seguidos, degrau por degrau, descíamos na hora da saída, e não me lembro de nenhum acidente com nenhum aluno. E olha que não é uma escadinha! Ainda hoje, quando vou à escola da minha infância, ela me impressiona. Subir é mais fácil. Descer assusta. Embora tenha uma proteção lateral, é muito baixa para servir de apoio. Mesmo assim, prefiro ficar ao lado dela. Olhando para ela, vem à minha memória a figura de uma professora que subia e descia a mesma com a imponência de uma rainha. Trata-se de Dona Mariazinha, minha professora do quarto ano. Já falei dela muitas vezes, principalmente, pela sua competência profissional. Mas em termos de elegância, de distinção, de porte, era uma rainha. Tudo nela era tão harmonioso, no seu tipo mignon, que era impossível não ficar enlevada diante dela. Era ela que, como uma rainha, subia e descia as escadas do Esperança, do alto de seus sapatos de salto alto, para compensar sua pequena estatura. Essa visão pessoal de minha professora subindo e descendo as escadas, era reforçada com a visão da escadaria de sua própria casa. Impressões de criança, mas que imprimiam certo fascínio por esses detalhes. Ao lado de sua casa, outra residência que me atraía por suas escadarias, era a casa habitada pela família do Seu Virgílio Cicconi, onde hoje é o Espaço Cultural. Também abrigou o Hospital de Lençóis. Outra escada que ficou em minha memória foi a da entrada da casa de minha tia Teresa. Tinha uma sensação prazerosa de que lá no alto tudo era mais bonito. Sempre sonhei com uma casa com escadas na frente, mas a minha não tem sequer um degrau. É perfeita para a velhice e também porque era pura fantasia de minha imaginação! Espero que em nome da acessibilidade, estas escadas não sejam destruídas. O Esperança mantém as escadarias da frente do prédio, mas na parte interna, já foram adaptadas. Tudo foi feito com muito capricho, mantendo o encanto de um prédio tombado e permitindo o acesso com segurança para todos. Outra escadaria fascinante era a do nosso santuário. Escadaria que levava ao local onde ficava o coral, os sinos, o relógio, etc. Tínhamos acesso livre. Hoje ela está cercada de proteção. Graças a Deus! Mas era muito divertido atrever-se a subir alguns lances dela. Divertido mesmo era ver tocar os sinos. Três cordas pendiam do teto, e eram manualmente puxadas para fazer os sinos tocarem. Além da alegria de ouvir os sinos tocando, a farra de subir e descer, ao puxar e soltar as cordas! Escadas e degraus, degraus e escadas!
terça-feira, 10 de março de 2015
SEU SEBASTIÃO NO DIA A DIA
Seu Sebastião tinha um jeito bonachão. O sorriso estava
sempre estampado em seu rosto. Para as crianças, tinha mais jeito de Vô do que
de Diretor, para se impor, não precisava ser autoritário. Era muito amigo,
porém, por trás desse seu jeito havia uma águia. Captava tudo, por isso também
travou grandes batalhas com quem se atreveu a se desviar da sagrada missão de
educar. Tinha uma visão muito clara do seu papel de profissional da educação.
Exercia-o com segurança e autoridade, nem que para isso tivesse que ir “as vias
de fato” com alguns profissionais. Nunca pecou por omissão. Sempre pôde contar
com professoras extremamente zelosas, tanto na parte burocrática, quanto na
parte administrativa. Deise, Anita, Neide, Marilene, foram os braços direito de
seu Sebastião. Quantas vezes, eu fui surpreendida com a presença dele na minha
sala de aula. Quando a classe estava concentrada em atividades, ele entrava
sorrateiramente, e me assustava, porque nem eu mesma percebia sua presença.
Fazia isso com prazer, sempre para levar um papinho. Às vezes, na hora do recreio,
entrava na sala dos professores. Só mesmo quando tinha alguma coisa importante
para comunicar. Nesse ponto, contava sempre com a Neide, extremamente delicada
na condução de relações humanas dentro da escola. Seu Sebastião ficou muito
tempo no Esperança como Diretor. Foi ali que se aposentou. Grandes professores
trabalharam sob a sua batuta. Tinha um time que vinha de Agudos. Este fato que
vou relatar o divertia muito. Quando estava com vontade de brincar um pouco,
ele chamava na diretoria uma aluna de Dona Dolores, que com maestria, imitava a
sua mestra nos mínimos detalhes. Para quem não se lembra, Dolores era “a
Professora”. Trabalhava com os alunos de quarto ano. Era muito alegre, se
vestia muito bem, aliás, como todas na época. Maquiada, bem penteada,
elegantíssima, todo dia fazia a mesma rotina. Tomava o ônibus e vinha de Agudos
para Lençóis lecionar. Pois bem, a menina que encantava o Seu Sebastião,
imitando a professora, era filha do Aleu Basso e da Marisa. Talvez, ela nem se
lembre mais disso. Com seu jeitinho infantil, quantas vezes foi para a
diretoria, não para ser repreendida, mas para divertir nosso diretor. Seu
Sebastião se aposentou, voltou para Tatuí, mas de vez em quando dava um pulinho
em Lençóis. Tinha vínculos muito fortes com os lençoenses. Foi uma consternação
geral sua morte. Ficará eternamente em nossas lembranças.
segunda-feira, 9 de março de 2015
O DIRETOR SEBASTIÃO SANTOS
Seu Sebastião veio da cidade de Tatuí. Eram quatro ou cinco
irmãos, nenhum casado. Conhecia o Seu Sebastião pela grande amizade e carinho
que tinha com a família da tia Conceição, pois foi ali que se aninhou quando
veio para Lençóis. A família o adotou e foi recíproco. Ali fazia suas
refeições, recebia carinho, preenchia a saudade de sua família, se refugiava
nas horas difíceis e sabia que podia contar com tudo isso. Tia Conceição era
uma mulher muito fina. Antes de se casar, trabalhou na casa da professora D.
Antonieta Malatrazi, e dela aprendeu, principalmente, a delicadeza no trato com
as pessoas. Falava baixinho, expressava-se muito bem, mas era na cozinha que
revelava seus dons, era quituteira de mão cheia. Sua casa era procurada pelos
professores que vinham de fora. Seu Sebastião morava em um sobradinho na mesma
rua do Esperança e, exercia também, a profissão de advogado. Outra grande amiga
de Seu Sebastião, D. Amélia, morava na mesma rua. O cafezinho era sagrado na
sua casa. D. Amélia também entrou para a História da Educação no município,
principalmente pela sua atuação no município de Alfredo Guedes. Professora
alfabetizadora de primeira linha, dona de uma caligrafia incrível, também
marcou fortemente alunos e colegas. Depois de aposentada e morando muito
próximo do Esperança, teve a chance de trabalhar mais um pouco e ao lado do
grande amigo, Seu Sebastião. Embora a idade já tenha marcado muito Dona Amélia,
sua presença desperta sempre o maior carinho e respeito pelo exemplo de vida.
Sentiu muito quando perdeu seu grande companheiro. São seus filhos que hoje a
amparam. Dona Amélia será sempre lembrada por seus ex-alunos, colegas e todos
os que passarem pela escola que leva seu nome. Quando a Cássia Regina, minha
filha mais velha, fez a Primeira Comunhão, Dona Amélia fez questão de deixar
uma mensagem no seu álbum, que reflete a luz divina que sempre norteou sua vida
e que sempre procurou irradiar.
sábado, 7 de março de 2015
DE VOLTA AO BERÇO
A escola que me acolheu criança, agora me recebe em final de carreira. Estamos no ano de 1.986. Através do último concurso de remoção para o qual me inscrevi, consegui a sonhada vaga para trabalhar no Esperança de Oliveira. Não foi fácil deixar o Malatrazi. Tínhamos uma escola muito bem conceituada e muito bem estruturada. Direção, Corpo Docente e Discente de primeira linha, bons projetos desenvolvidos, mas era hora de aproveitar a oportunidade que surgia. Foi com dor no coração que me removi. Junto comigo, voltou também meu filho Evandro. Na ocasião, o Seu Sebastião Santos era o Diretor. Profissional competentíssimo, sempre cercado de pessoas igualmente competentes. Apesar de seu jeito paternal, sabia conduzir com autoridade o Esperança de Oliveira. Como não poderia deixar de ser, continuei a trabalhar com quartas séries e agora em regime integral. Porém, como havia outros cargos à disposição, assumi a Coordenação do Ciclo Básico. Em um período trabalhava com a quarta série e, no outro, com o Ciclo Básico. O Ciclo Básico havia sido implantado recentemente, com o objetivo de permitir ao aluno mais tempo para ser alfabetizado, possibilitando ao professor de primeira série, acompanhar seus alunos por dois anos, sem repetição no primeiro ano, pois o aluno só seria avaliado ao final do ciclo. Nessa época, tínhamos um quarteto famoso no período da manhã: Alice, na primeira série, Leoni, na segunda série, Miria, na terceira série e, Zuleika, na quarta série. Isto no período da manhã. Quando me aposentei em 1.991, elas ainda permaneceram trabalhando, eu era a mais velha. Nosso laço sempre foi muito forte. Além da relação profissional, estávamos ligadas afetivamente desde muito cedo. Nunca houve distanciamento em nossas relações. Havia sempre um motivo que impedia que isso acontecesse, o que fortalecia os nossos laços. Quanta coisa bonita pudemos e podemos ainda partlhar. As aposentadorias chegaram, os filhos se formaram, os casamentos, o nascimento de netos, novas carreiras, mudanças de cidade, etc. E nossa amizade sempre tão atual. Às vezes, também, acontecimentos tristes, inesperados, nos surpreendem, mas nossa Turma Legal resiste a tudo. Falar desses últimos anos de trabalho no Esperança de Oliveira é muito prazeroso. Guardo, como não poderia deixar de ser, muitas lembranças. Algumas, apenas na memória. Outras, gravadas nos cartõezinhos que carinhosamente me entregavam no final de ano. Ainda vou me deter um tempo falando sobre nossas experiências no Esperança de Oliveira. Já prestei meu tributo por ocasião do seu centenário, falando, principalmente, das minhas memórias infantis. Agora quero falar como professora, quase concluindo minha carreira. Me aguardem!
sexta-feira, 6 de março de 2015
CERCO DE JERICÓ
Abençoado Cerco de Jericó! Sete dias de oração intensa, que subiu aos
céus como um clamor fortíssimo, para pedir cura e libertação de tudo que
carregamos como herança negativa das gerações passadas. Monsenhor Carlos tem
sido um incansável batalhador desde que veio para Lençóis. Suas obras
constituem um legado preciosíssimo para as próximas gerações. Há cerca de vinte
anos, quando aqui chegou, percebeu que a missão seria grande. Com muita coragem
e determinação traçou seus planos, e com muito jeito e firmeza foi conquistando
seus fiéis. Foram anos de trabalho árduo e dedicação, nem sempre bem
compreendido. Tudo que se propõe a fazer é muito bem pensado. Sacerdote de
visão privilegiada, voou alto, e o resultado aí está. Muitas vezes, como ele
próprio já comentou, sentiu medo diante da amplidão das obras. Porém, sempre
confiante na Providência Divina, avançou todos os sinais. Cuidou do material,
mas não descuidou do espiritual. Hoje temos um Santuário à altura da devoção à
Nossa Senhora da Piedade, para ninguém por defeito, tudo dentro das normas
técnicas exigidas por lei, para um ambiente que reúne centenas de pessoas.
Segurança, conforto, beleza, paz, clima de recolhimento, tudo isso podemos
desfrutar na casa do Pai. Monsenhor Carlos é exigente, seguro do que deseja
para tornar cada vez melhor o trabalho de evangelização. As Pastorais merecem
nota Dez! São nas grandes solenidades, durante o ano, que vemos e sentimos o
que é estar a Serviço de Deus. O Cerco de Jericó, momento intenso de oração que
acabamos de viver, mostrou uma igreja renovada na fé. Participante desde o primeiro,
senti as mudanças que tiveram que ser introduzidas por questão de
segurança. A missa que era celebrada às três horas da manhã, era extraordinária
por englobar tudo, principalmente, a penitência. A oração de Exorcismo, voltada
para os quatro cantos da cidade, nos dava a certeza de que Deus estava agindo, livrando-nos
de todo o mal. Quando Jesus passava e se deixava tocar por nós, com certeza,
graças eram derramadas. De tudo que eu senti neste último Cerco de Jericó, o
que mais me impressionou foi o aumento da participação dos fiéis nesta primeira
missa do dia. Foi religiosidade ou o horário mais favorável? Não importa,
o importante é que saímos restaurados. Também foi uma benção a presença do
Padre Adnam (desculpe-me se não é assim que se escreve). Tão jovem e tão sábio.
Seus testemunhos de vida, seus ensinamentos, sua tranquilidade, cativou a
todos. Como disse o Monsenhor Carlos, foram tantos os envolvidos, que
dificilmente conseguiríamos nomear todos. Muitos, no escondimento. Até o
próximo Cerco, se Deus quiser, e Ele Quer!
quinta-feira, 5 de março de 2015
FELIZ ANIVERSÁRIO, MIRIA!
O SENHOR TE ABENÇOE E TE GUARDE.
MOSTRE A TI O TEU ROSTO E TENHA MISERICÓRDIA DE TI.
VOLTE PARA TI O TEU OLHAR E TE DÊ A PAZ.
A cada ano a primavera da vida se renova. Celebram-se os dons, as
conquistas, as lutas, as vitórias e também as quedas, as dificuldades, os
momentos menos bons. Viver é isso, uma sucessão de acontecimentos que devem ser
vividos com intensidade. VIVER COM INTENSIDADE É O QUE VOCÊ MAIS ESTÁ FAZENDO
NESTE MOMENTO, pois a chegada das netas em dose dupla faz com que você coloque
para fora a vovó que é. Parabéns aos queridos pais, que na ânsia de ficar mais
juntinho da vovó e da família, mudaram-se para Lençóis. Em meu nome, em nome da
Turma Legal, quero pedir a São Francisco e a Santa Clara de Assis que olhem
sempre por vocês e derramem, neste momento tão especial, todas as bênçãos e graças
dos céus sobre suas vidas!
quarta-feira, 4 de março de 2015
AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ
Quando fiz o quarto ano do curso primário no Esperança de Oliveira,
minha professora foi a D. Mariazinha. Minha mãe vivia dizendo que ela fora sua
professora também. Eu achava o fato extraordinário. Como podia ser possível,
havendo uma diferença tão grande de idade, de uma menininha para outra
menininha, da mãe para a filha? Outro fato curioso que ela sempre citava era
sobre o Padre Salústio. Segundo ela, foi quem fez seu casamento. Quando
eu nasci, ele fez o meu batizado e disse: “ Vou fazer o casamento dela também.”
Isto não aconteceu, mas tive tempo de conhecê-lo. Estas situações me levaram a
refletir sobre quantas vezes durante o meu magistério, eu me vi na mesma situação
que a Dona Mariazinha, primeiro trabalhando com a mãe e depois com os
filhos. Vou falar. Trata-se da Maria Ocléris Martins, filha do falecido Diogo
Martins, um dos proprietários da Fazendinha, onde ficava a primeira escola em que
lecionei. Quando ali cheguei para dar aula, Maria Ocléris era uma menina
que sonhava com a mudança para a cidade e assim continuar os estudos. Fui eu
que a preparei para o exame de admissão ao ginásio. Aprovada no exame de
admissão, fez o ginásio e depois o Curso Normal. Eis uma nova professora
formada e, sem perder tempo, logo estava na sala de aula. Muito bonita, logo se
casou e teve seus filhos. Por uma dessas incríveis coincidências, construíram
uma linda casa na Rua Gabriel Oliveira Rocha, rua da Escola do Parque
Residencial São José. Apenas uma rua separava a casa da escola. Os anos foram
passando e eis que a história se repete: recebo como minha aluna, sua filha
Giovana. Mãe e filha alunas de uma mesma professora. Atingi três gerações da
família de Seu Diogo Martins: sua filha Maria Ocléris, suas netas Giovana e
Alice, suas bisnetas Daniela e Débora. Além de ser professora de todas, fui
colega de trabalho da Alice, já em final de carreira. Alice protagonizou
experiências divertidas enquanto suas filhas estudaram comigo. Tinha sempre uma
lembrança de seu tempo de menina, lá na Fazendinha, e transportava para a minha
sala de aula através de suas filhas. Uma muito boa foi a ficha usada para
contagem na zona rural. Era fruto de uma árvore enorme que ficava bem na frente
da casa de seu avô. Quem diria que aquela ficha tão seca e tão dura, quando
plantada, germinaria? Pois foi isso que aconteceu. E com muito cuidado foi
levada por suas filhas para o local de onde veio.
terça-feira, 3 de março de 2015
PARA NÃO MAGOAR NINGUÉM
Esta listagem que me propus fazer tem o objetivo de provar que tudo que
se refere a meus ex-alunos continua guardado com muito carinho. Remexo, releio,
lembro-me de passagens interessantes, escrevo, mas às vezes confesso que fico
questionando: “Será que interessa a alguém?” Mesmo assim, continuo. Na
minha memória há sempre a alegria presente daquela perguntinha depois de
décadas, quando casualmente cruzam comigo: ”Dona Zuleika, a senhora não se
lembra de mim?” “Como é o seu nome?” - pergunto. Apenas ouço o nome e, já na
lembrança, aflora não só a criança escondida na fisionomia de um adulto, como
também os coleguinhas de sala de aula. Nesta lista não há uma sequência
cronológica, são ex-alunos que permanecem eternos através de suas mensagens
simples de um cartão de natal. A única coisa que posso afirmar com segurança é
que frequentaram o Malatrazi no período de 1.977 a 1.985. Vou abrir a lista com
o Adauto José Martins, hoje Padre Adauto. Quando foi ordenado Padre, veio
pessoalmente trazer o convite para a Ordenação Sacerdotal. Éder Gutiérres,
irmão do professor Adilson Gutiérres, que se emocionou com a página publicada
sobre o Orfeão do Paulo Zillo, do qual fez parte. Foi lindo. Os irmãos Glauco e
Gleiton. Lembro-me do sorriso dos dois. As irmãs Fabrícia e Michele Garcia. Sua
inesquecível mãe, Arléia. Juliano C. Martim. Luciana Piovezan. Claudinéia
Chapani. Eliane da Silva Ramos. Edilene Doreto. Márcia Cristina Luiz. Suélem
Cristina. Sabrina. Rosemary Benedetti. Priscila Tangerino. Glauco Temer Feres,
filho de Vera e Paulo Lídio, sempre presentes, acompanhando o trabalho
realizado na escola. Petra Mittelbach, filha da Zuleica, minha xará. Claudirene
S. de Oliveira. Lisângela Maria Boso. Inesquecível Raquel, filha de Maria
Uzilde e que partiu tão cedo! Alessandro Morelli. Elaine (Um cartão mimoso com
os dizeres ”Minha mestra querida, que os seus sonhos se tornem realidade. Parabéns!
Aqui fica toda a gratidão em reciprocidade ao seu labor. Elaine”. A letra e a
mensagem não são próprias de uma criança. O valor está nas entrelinhas, é a
família valorizando o trabalho do professor. Daniel e Cristiano, filhos de
Maria Odília, funcionária da escola na época, que me presentearam com uma
agendinha e imprimiram nela a sua mensagem. Um dia, eu sei, estas
recordações serão destruídas. Tudo tem um fim, mas enquanto isso... vou
recordando.
Assinar:
Postagens (Atom)