sábado, 7 de março de 2015

DE VOLTA AO BERÇO

A escola que me acolheu criança, agora me recebe em final de carreira. Estamos no ano de 1.986. Através do último concurso de remoção para o qual me inscrevi, consegui a sonhada vaga para trabalhar no Esperança de Oliveira. Não foi fácil deixar o Malatrazi. Tínhamos uma escola muito bem conceituada e muito bem estruturada. Direção, Corpo Docente e Discente de primeira linha, bons projetos desenvolvidos, mas era hora de aproveitar a oportunidade que surgia. Foi com dor no coração que me removi. Junto comigo, voltou também meu filho Evandro.  Na ocasião, o Seu Sebastião Santos era o Diretor. Profissional competentíssimo, sempre cercado de pessoas igualmente competentes. Apesar de seu jeito paternal, sabia conduzir com autoridade o Esperança de Oliveira. Como não poderia deixar de ser, continuei a trabalhar com quartas séries e agora em regime integral. Porém, como havia outros cargos à disposição, assumi a Coordenação do Ciclo Básico. Em um período trabalhava com a quarta série e, no outro, com o Ciclo Básico. O Ciclo Básico havia sido implantado recentemente, com o objetivo de permitir ao aluno mais tempo para ser alfabetizado, possibilitando ao professor de primeira série, acompanhar seus alunos por dois anos, sem repetição no primeiro ano, pois o aluno só seria avaliado ao final do ciclo. Nessa época, tínhamos um quarteto famoso no período da manhã: Alice, na primeira série, Leoni, na segunda série, Miria, na terceira série e, Zuleika, na quarta série. Isto no período da manhã. Quando me aposentei em 1.991, elas ainda permaneceram trabalhando, eu era a mais velha. Nosso laço sempre foi muito forte. Além da relação profissional, estávamos ligadas afetivamente desde muito cedo. Nunca houve distanciamento em nossas relações. Havia sempre um motivo que impedia que isso acontecesse, o que fortalecia os nossos laços. Quanta coisa bonita pudemos e podemos  ainda partlhar. As aposentadorias chegaram, os filhos se formaram, os casamentos, o nascimento de netos, novas carreiras, mudanças de cidade, etc. E nossa amizade sempre tão atual. Às vezes, também, acontecimentos tristes, inesperados, nos surpreendem, mas nossa Turma Legal resiste a tudo. Falar desses últimos anos de trabalho no Esperança de Oliveira é muito prazeroso. Guardo, como não poderia deixar de ser, muitas lembranças. Algumas, apenas na memória. Outras, gravadas nos cartõezinhos que carinhosamente me entregavam no final de ano. Ainda vou me deter um tempo falando sobre nossas experiências no Esperança de Oliveira. Já prestei meu tributo por ocasião do seu centenário, falando, principalmente, das minhas memórias infantis. Agora quero falar como professora, quase concluindo minha carreira. Me aguardem!

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