Seu Sebastião veio da cidade de Tatuí. Eram quatro ou cinco
irmãos, nenhum casado. Conhecia o Seu Sebastião pela grande amizade e carinho
que tinha com a família da tia Conceição, pois foi ali que se aninhou quando
veio para Lençóis. A família o adotou e foi recíproco. Ali fazia suas
refeições, recebia carinho, preenchia a saudade de sua família, se refugiava
nas horas difíceis e sabia que podia contar com tudo isso. Tia Conceição era
uma mulher muito fina. Antes de se casar, trabalhou na casa da professora D.
Antonieta Malatrazi, e dela aprendeu, principalmente, a delicadeza no trato com
as pessoas. Falava baixinho, expressava-se muito bem, mas era na cozinha que
revelava seus dons, era quituteira de mão cheia. Sua casa era procurada pelos
professores que vinham de fora. Seu Sebastião morava em um sobradinho na mesma
rua do Esperança e, exercia também, a profissão de advogado. Outra grande amiga
de Seu Sebastião, D. Amélia, morava na mesma rua. O cafezinho era sagrado na
sua casa. D. Amélia também entrou para a História da Educação no município,
principalmente pela sua atuação no município de Alfredo Guedes. Professora
alfabetizadora de primeira linha, dona de uma caligrafia incrível, também
marcou fortemente alunos e colegas. Depois de aposentada e morando muito
próximo do Esperança, teve a chance de trabalhar mais um pouco e ao lado do
grande amigo, Seu Sebastião. Embora a idade já tenha marcado muito Dona Amélia,
sua presença desperta sempre o maior carinho e respeito pelo exemplo de vida.
Sentiu muito quando perdeu seu grande companheiro. São seus filhos que hoje a
amparam. Dona Amélia será sempre lembrada por seus ex-alunos, colegas e todos
os que passarem pela escola que leva seu nome. Quando a Cássia Regina, minha
filha mais velha, fez a Primeira Comunhão, Dona Amélia fez questão de deixar
uma mensagem no seu álbum, que reflete a luz divina que sempre norteou sua vida
e que sempre procurou irradiar.
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