quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Lembranças de Primeira Comunhão

Guardo com carinho lembranças de Primeira Comunhão de alunos do Malatrazi, dadas como recordação.
Escolhi os dizeres de uma delas para transcrever:
“Felizes somos nós os convidados para a ceia do Senhor”.

                                                  Liturgia Eucarística
Eu,  Edilene Maria Doretto,
No dia 28/10/1.984
Na comunidade São Benedito, Vila Mamedina
Recebi Jesus na Eucaristia pela primeira vez.

Obrigado a você que participou comigo desta celebração. Agradeça a Deus, comigo, para que sejamos fiéis a Ele por toda a vida.

As outras lembranças são dos alunos: Cassiana Regina dos Santos, Rossana Oliveira e Souza, Petra Mittelbach, Eliane da Silva Ramos, Glauco Temer Feres.





Do ano seguinte, guardo as lembranças de: Fabíula Regina Ferreira Vacchi, Lisângela Maria Boso, Cláudia, Telma Regina Barbosa.( 17/11/1.985) 


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

DE 1.977 a 1.985: 12 ANOS DE MALATRAZI

Este foi o espaço de tempo que trabalhei na E.E.P.G. do Parque Residencial São José, pois foi com esse nome que foi criada a atual Escola Malatrazi.
Quem conhece o Tony Martins, sabe que ele tem uma memória incrível. Toda vez que vou cortar o meu cabelo, não perde oportunidade de comentar sobre o meu blog. Nossas vidas se cruzaram em momentos muito especiais, tanto no Paulo Zillo, como no Malatrazi. Da última vez que estive com ele, o assunto foi o lançamento da Pedra Fundamental da Igreja de São José e a Inauguração da Escola do Parque Residencial São José. Bem, o que uma coisa tem a ver com a outra? Simplesmente aconteceram no início do ano de 1.977. A devoção a São José é tão antiga em Lençóis, e tão popular, quanto o nosso querido Padre Salústio. Devotíssimo de São José, realizava todo ano, no mês de março, a novena ao santo. O povo prestigiava os nove dias de oração. Nessa época, as missas eram celebradas às seis horas da manhã. A Igreja lotava. As congregações marcavam presença. Padre Salústio era festeiro. Tudo era muito grande na sua época, principalmente, as festas religiosas. Sua personalidade marcou os católicos da época. Os mais velhos lembram com saudades, os mais novos, apenas sabem que Padre Salústio é o nome de uma avenida da cidade. Pois bem, muitos padres marcaram sua passagem por Lençóis, até que chegou o Padre João Novaes. Como o Padre Salústio, permaneceu em Lençóis por muitos anos. Tive oportunidade de ajudá-lo em muitas ocasiões, principalmente, na campanha pelas missões no mês de outubro. Na época do Padre João Novaes, não havia ainda um trabalho tão bem estruturado de pastorais, mesmo assim havia muitos colaboradores. Sempre gostei de ser comentarista, de proclamar a palavra. Sempre servi e auxiliei. Mas voltando ao Padre João Novaes, devemos a ele, a construção de uma capela em honra a São José, na Vila Ubirama, cuja pedra fundamental foi lançada no mês de março de 1.977, mesmo ano da criação da E.E.P.G. Antonieta Grassi Malatrazi, na gestão do prefeito Ézio Paccola. Tony descreve nos mínimos detalhes o lançamento da pedra fundamental da capela, bem como a inauguração da escola. Lembra-se das autoridades presentes, da banda, dos discursos, das bandeiras, etc. Lembra-se também do trabalho que deu para deixar a nova escola pronta para a inauguração. Segundo ele, o Diretor Edo Jesus Coneglian, com a ajuda dos próprios alunos, ia recebendo o novo mobiliário, desembalando e arrumando nas salas de aula, para que tudo ficasse pronto a tempo. Foi uma correria, mas deu tudo certo. Só depois de tudo isso, nos mudamos do Garrido, onde estivemos provisoriamente instalados. Tudo aconteceu no mês de março de 1.977. No mês de abril, participamos com muito orgulho do desfile de aniversário da cidade, representando orgulhosamente a E.E.P.G. do Parque Residencial São José. Tantos anos se passaram. Seria muito importante, entre tantos eventos que acontecem durante o ano, incluir no Calendário Escolar, a comemoração do aniversário da escola e sua história. Fica a sugestão. 

DÉBORAH

Nome forte, nome bíblico, jamais esqueceria as alunas que passaram pelas minhas mãos, registradas com esse nome. Vamos começar pela Déborah, filha da Inah Lúcia, irmã do nosso querido amigo Procópio e do Antonio Carlos.  Dos três irmãos, apenas o Procópio criou raízes em Lençóis. Antonio Carlos e Inah foram para o Paraná. Casaram-se, como não poderia deixar de ser, com lençoenses (Giofrê e Serralvo). Antonio Carlos e Inah têm raízes aqui e sempre voltam para rever o irmão e outros parentes que aqui deixaram. Quando tenho oportunidade de conversar com seus familiares, sempre peço notícias. Déborah, de quem estamos falando, não é mais uma menininha. Os anos foram  passando. A menina seguiu sua vida. Hoje, com certeza, está casada e realizada profissionalmente, pois era uma excelente aluna. Um traço marcante em Débora era a sua meiguice. Nestes últimos tempos, tenho me detido na organização de cartas, cartões, bilhetes, santinhos, que recebi ao longo de meus quase trinta anos de magistério, tentando agrupá-los por escola. Foi fazendo isso, que encontrei uma cartinha da Débora, expressando o seu carinho por mim. De um lado, a cartinha, e do outro, um poema que vou transcrever:

SENHOR, SEREI PONTE
Olho a ponte
Escuto a linguagem da ponte
Sou forte, muito forte!...
Resisto a tudo!...
Permaneço estática.
Persevero no meu posto!...
Nasci para unir.
Senhor,...
Quero ser ponte também
Serei ponte para os corações chegarem a ti

Ser ponte!...
Unir a terra aos céus
Unir pessoas entre si
Unir os desunidos
Unir os desencontrados
Unir os corações
Sim!...
Senhor!...
Serei ponte!

Com certeza, não foi de qualquer lugar que Déborah copiou este poema. Tendo os avós que teve e os pais que tem, boas mensagens é que não faltavam. Tudo é artesanal no cartão feito por suas mãozinhas de criança. Um pedaço de cartolina cor de rosa, duas folhas de papel de carta, um pouco de cola e o desejo de homenagear a professora. Lembranças como essa jamais irão para a lata do lixo. São pontes que me levam para o passado e me enchem de saudade. Das outras Déborahs, falarei no momento oportuno. Em tempo, Déborah foi minha aluna no Dr. Paulo Zillo, no ano de 1.973. Os alunos tinham por hábito, nas festinhas de final de ano, fazer  cartõezinhos para os professores, desejando Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Esta cartinha data de 12 de dezembro de 1.973.



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

PRIMEIRA EUCARISTIA

É muito lindo folhear o Álbum, que cada um dos meus filhos tem, da Primeira Eucaristia. Hoje estou com o do Evandro em minhas mãos. Logo nas primeiras páginas aparecem os dizeres: ”Respondendo ao convite de Jesus, eu, Evandro Luís Radichi, participei da Eucaristia pela primeira vez, no dia 09 de novembro de 1.985, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade. Recebi das mãos do Padre Serafim Petroski. Em seguida, uma foto muito linda do Evandro e de sua catequista, Dona Adélia Segalla Lorenzetti. Tinha o hábito de registrar tudo que acontecia no dia, como pessoas que estiveram presentes, presentes recebidos, e também colar no próprio álbum as lembrancinhas de Primeira Comunhão. Quase todos os pais se preocupavam com isto. É uma tradição que permanece. Terminada a missa, as crianças gostam de distribuir as lembranças. Lembro-me de que as do Evandro vieram da Aparecida do Norte, assim como seu álbum. Registrado no álbum, encontram-se alguns nomes de coleguinhas que fizeram a primeira comunhão no mesmo dia: Leandro Moretto, Sandro de Almeida Salles, Marcelo Ricardo Paccola, Fernanda Minetto, Ricardo José Boso, Daniel Galiano Ortiz, André Paccola Sasso, André Luís Caciolari e outros mais. No mesmo álbum tive o cuidado de colar as respectivas lembrancinhas. Assim, como pais responsáveis, íamos registrando todos os passos na formação de nossos filhos: nascimento, Batizado, Primeira Eucaristia, Crisma, Casamento, nascimento dos netos, enfim, o ciclo da vida. Evandro entrou nesta página porque marcou o período que fechei no Malatrazi, embora eu tenha muito para falar ainda desta escola.





domingo, 15 de fevereiro de 2015

Mãe e Professora

Quem passou pela experiência de ser aluno da própria mãe, sabe que não é uma experiência muito agradável, principalmente, quando  se espera desfrutar de alguns privilégios. Além de ser professora de dois dos meus filhos, fui professora de um irmão. Este irmão havia frequentado uma escola rural, em uma fazenda que pertencia ao distrito de Domélia. Meus pais moraram alguns anos ali e quando o Sidney chegou na idade de ser alfabetizado, frequentou a escola que funcionava ali. Meus pais iam e voltavam todo final de semana. Na época, iam até Agudos, e por estrada de terra seguiam até a fazenda, que ficava mais perto de Domélia do que de Agudos. A professora ia de Agudos e ficava lá a semana toda. Morava com meus pais. Chamava-se Célia e era irmã da Nilza, também professora, que foi casada com o nosso saudoso José Alfredo. A amizade perdura até hoje. Quando chegou a hora de fazer o quarto ano, o Sidney precisou ser matriculado na cidade, pois as escolas isoladas não ofereciam o quarto ano. Foi então que, matriculado na E.E.P.G. Dr. Paulo Zillo, cursou o quarto ano comigo. Lembro que sua adaptação foi difícil, mas ele venceu. Não podia paparicá-lo, pois a classe era muito forte, então, tinha que exigir o máximo dele. Não sei que marcas deixei como sua professora, mas ele deve ter sofrido bastante. Quando a minha filha mais velha chegou à idade escolar, eu não estava no Paulo Zillo, eu já estava no Malatrazi. Ela fez o pré com a professora mais famosa de Lençóis na época, a Adahir Grassi Nelli, no Virgílio Capoani. Porém, da primeira à oitava série estudou no Esperança de Oliveira, que fica a uma quadra de casa. Quando o segundo filho entrou na escola, eu também estava no Malatrazi. No primeiro ano, sua turma sofreu muito com a aposentadoria da professora que ocorreu no meio do ano. Infelizmente, as substitutas não conseguiram levar a alfabetização à bom termo. Foi a professora Denise Orsi, uma das melhores alfabetizadoras que já tivemos, que recuperou a classe no ano seguinte. Quando o Evandro chegou no quarto ano, tomei a decisão de transferi-lo para o Malatrazi para fazer o quarto ano comigo. Não sei se fiz isso por ele ou por mim. Valeu a pena. Isto aconteceu em 1.985. Neste ano fiz inscrição para remoção e consegui ir para o Esperança de Oliveira. Aliás, viemos os dois. Antes mesmo de iniciar o novo ano, aconteceu a Primeira Comunhão do Evandro,  que se preparou junto com a turma do Esperança de Oliveira. Fez novas amizades no Malatrazi, mas a catequese frequentou com a turma do Esperança de Oliveira. Teve como professora de quarto ano, a mãe, que tirou dele o máximo que pôde. Como catequista, uma mulher extraordinária, Dona Adélia Segalla Lorenzetti. Há pouco tempo, sua neta Raquel, logo depois da morte de sua avó, veio nos devolver a lembrança da Primeira Comunhão do Evandro, guardada há tantos anos entre seus pertences.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

A VOLTA DO PROFESSOR PARTICULAR

Em outras páginas publicadas, tive a oportunidade de citar duas professoras que se tornaram famosas pelo trabalho em sala de aula e fora dela, dando aulas particulares. Trata-se da Bernadete Carrit e da Denise Orsi. Bernadete, ensinando Matemática e, Denise, Português. Nas décadas de 60, 70, 80, o aluno não era aprovado para a série seguinte se não tivesse dominado todo o conteúdo da que estava cursando. O jeito eram as aulas particulares, dadas em casa e, claro, com um custo extra para os pais que não queriam ver seus filhos reprovados. Quem precisou desse reforço e teve como pagar, saiu lucrando. E assim, por muito tempo, o reforço dado pelo professor particular garantiu a qualidade do ensino. Os anos foram passando, as reformas de ensino foram acontecendo, a escola foi se abrindo para todos, colocou-se a quantidade em primeiro lugar e a qualidade foi caindo. Isto sem falar na desvalorização do profissional da educação. Quer ganhar mais? Trabalhe dobrado. Foi quando surgiu a opção da jornada integral. Os professores que estavam para se aposentar não tinham mais tempo para dobrar a jornada, a não ser que houvesse vagas e estivessem dispostos a trabalhar por mais cinco anos. Era o tempo mínimo na nova jornada para garantir uma aposentadoria com salário integral. Nessa época, eu ainda estava trabalhando no Malatrazi. Fiquei muito revoltada com a proposta indecente do nosso governador Paulo Maluf. Aliás, duas pérolas atribuídas a ele: “O professor não ganha mal, ele é mal casado” e “Quer ganhar mais, trabalhe dobrado”. Relutei muito, mas quando faltavam cinco anos para me aposentar, ampliei a minha jornada. Nunca nós professores fomos ouvidos com relação a assuntos importantes. As decisões eram tomadas em gabinete, sempre de cima para baixo. Só depois vinham as avaliações e os estudos das medidas tomadas. E assim foi e continua sendo a Educação no Brasil. Hoje, Diretores de Escola com  seus Coordenadores Pedagógicos procuram, nas Horas de Trabalho Pedagógico, resgatar a qualidade do ensino, um trabalho gigantesco que raramente tem a colaboração da família. A jornada de trabalho já mudou tanto, que não sei mais o que prevalece. É urgente pensar na  formação das novas gerações de professores. Os professores particulares estão de volta. O Ensino Fundamental com a duração de nove anos, alfabetizando a criança com seis anos, é mais uma aberração. Dá para contar nos dedos quantas crianças conseguem isso, sem falar no desespero dos pais, que, desconhecendo a teoria do construtivismo, bombardeiam os professores de seus filhos fazendo comparações com os coleguinhas de classe e gerando problemas ainda maiores para a criança. Respeitar o tempo que cada criança leva para ser alfabetizada é primordial. Por que, então, se pretende antecipar em um ano o processo? Conclusão, as velhas cartilhas voltam a fazer sucesso por trás do pano.  Por que não admitir que elas tiveram o seu valor e têm ainda? Deixar a criança construir o seu próprio conhecimento é válido, mas no tempo certo. Estressá-las, querendo delas mais do que podem dar, é contribuir para tirar delas o gosto pelo estudo. Encerro esta página dizendo que ainda acredito no Professor. Há excelentes escolas, com excelentes educadores. Está em suas mãos reverter esta situação. Quero acreditar nisto, pelos meus netos, por essa geração à qual estamos deixando como herança, não um país gigante, mas um país que tem que se tornar um gigante.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

OS ÚLTIMOS LUGARES

Parodiando a expressão usada pelo Delegado de Ensino, em 1.977, Senhor Sílvio da Cunha, para justificar as sete professoras que seriam remanejadas para a recém-criada E.E.P.G. do Parque Residencial São José, é que escolhi o título da página que estou iniciando. Zuleika, Ângela Trecenti, Ângela Lorenzetti, Zizi (do Seu Fortes), Ozires Cordeiro eram as ocupantes dos cinco últimos lugares na classificação por tempo de exercício. As outras duas, remanejadas do Esperança de Oliveira por ocuparem os dois últimos lugares no quesito tempo de exercício, foram a Geny Bernardes Boso e Neide Cardoso Franco. As sete professoras se sentiram arrancadas de um lugar que era seu de direito, conquistado à duras penas. Naquela época, professor para chegar a assumir uma cadeira na cidade, já havia passado por escolas na zona rural e em outros municípios. Eu me lembro de um fato que era rotina na vida da Geny, quando lecionou em Alfredo Guedes. Ela morava no sítio do tio Bepe. Casada com o Sérgio, um dos filhos do tio Bepe, ela, diariamente, pegava o trem para ir lecionar. Tia Maria, cuidava dos netos enquanto a Geny trabalhava. Num determinado horário, quando o trem apitava na curva, tia Maria corria com as crianças para ver o trem passar e acenar para a mamãe. Eu presenciei isto muitas vezes. O trajeto que o trem fazia e ainda faz, era muito próximo das casas da fazenda. Falar da Geny, me trouxe à memória lembranças muito gostosas das festas que lá aconteciam e do engenho. Os tachos de melado que depois se transformavam em rapadura, sem falar da garapa colhida na hora na boca do engenho, ou então, embrenhar-se no mato atrás dos ninhos das galinhas para catar seus ovos, que delícia. Não sei precisar quantos filhos tiveram, mas era uma família feliz, acolhedora. Tio Bepe era apaixonado pelo Mário Zan e sua sanfona. Tinha em sua casa uma sala enorme e uma vitrola. Ali as rancheiras tocavam sem parar. Tio Bepe tocava sanfona e, seus filhos, Vicente e Hugo são exímios sanfoneiros. Geny e Neide se juntaram a nós no Malatrazi e, assim que puderam, entraram em remoção e voltaram para o Esperança de Oliveira. Além de dedicadas professoras, eram muito elegantes. Donas de uma prática de ensino fruto de experiência acumulada ao longo dos anos, não admitiam errar em nada. Era um cuidado até exagerado com a escrituração escolar. De tempos em tempos éramos bombardeadas com reformas que exigiam rápida adaptação e isto fortalecia nossa união. Foi muito bom recordar tudo isto e ter o privilégio de trabalhar ao lado delas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SALA DOS PROFESSORES

Um oásis dentro da escola. Lugar de expor ideias, problemas, soluções, fofocar, etc. Sempre tive preferência pela cabeceira da mesa. O ditado diz: quem senta na ponta, paga a conta. Nunca paguei a conta, mas, como na sala de aula, tinha visão global de todos. Aliás, este é um dos segredos para ter domínio sobre a classe. Outro segredo é manter os chamados alunos terríveis debaixo de sua guarda, bem próximos de você. Mas, voltemos ao refúgio dos professores. A única presença que não era bem vinda era a do diretor. Queríamos aquele momento só para nós. Saborear um gostoso cafezinho, comer um lanchinho, bater papo, que delícia! Mas passava tão rápido que, às vezes, o diretor vinha nos buscar. Sua presença tinha o gosto de recriminação. Só era bem vindo quando trazia boas notícias. Cumprir e fazer cumprir o Regimento Escolar era o papel do Diretor. Não era permitido nenhum deslize, por menor que fosse, de seus funcionários. Por sua vez, a postura do Diretor tinha que ser impecável, firme. Como exigir se não fosse o primeiro a dar o exemplo? A disciplina era rígida. Fomos educadores da Ditadura. Comecei a trabalhar em 1.964 e me aposentei em 1.991, portanto, servimos aos objetivos da política educacional da época da Ditadura. Quantas reformas, quantas mudanças, para conduzir a educação ao caos que está hoje. Gerações de  profissionais mal formados, que não têm competência para formar as novas gerações, Não sabem o que ensinar e nem como ensinar. Onde foi parar a Didática? Sobra teoria e falta a prática. É preciso fazer uma revolução. O pior de tudo é que ninguém mais quer ser PROFESSOR! Aqueles que tiveram a felicidade de seguir sua vocação para o magistério são os bons professores que ainda restam. Ouvir dizer que hoje só é professor quem sabe que não vai conseguir outra coisa na vida, é muito ruim. Esta história que vou contar é real. Um excelente professor de matemática se casou. Teve um filho e colocou o nome de Pitágoras. Este cresceu e manifestou também grande paixão pela Matemática. Hoje, faz a mesma coisa que seu pai fez: é professor, se orgulha de sua profissão e do nome que carrega. O mais importante foi o depoimento de seus alunos. Pitágoras é um professor genial. É capaz de se colocar no mesmo plano que nós e adoramos a matemática como ele ensina. Aprendemos tudo com facilidade. E viva Pitágoras! Ser Professor ainda vale a pena, porém, professor bem preparado e bem remunerado!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

VILA MAMEDINA/PARQUE RESIDENCIAL SÃO JOSÉ

Em 1.977, ano da criação da E.E.P.G. do Parque Residencial São José, o Parque, propriamente dito, estava nascendo. Havia poucas construções. A maioria de nossos alunos era da vila Mamedina e da Cecap. Se pegarmos uma lista telefônica, vamos encontrar as famílias tradicionais do bairro Mamedina, cujos filhos fomos professores. Os alunos foram remanejados do Paulo Zillo e agora podiam frequentar uma escola mais próxima de suas casas. Tenho na memória alguns sobrenomes de alunos da época: Gutierres, Boso, Chapani, Temer Feres, Paccola, Luiz, Doreto, Rodrigues, Garcia, Oliveira, Avanci, Piovezan, enfim, um alunado de muito bom aproveitamento escolar. Com isso a escola só ganhou. Muitos tiveram a oportunidade de continuar seus estudos. Dali saíram excelentes profissionais, e onde quer que nos encontrem, acenam, se aproximam e lançam a clássica pergunta: ”D. Zuleika, a senhora não se lembra de mim”? Aluno é como filho, depois que os adotamos por um ano ou dois, não esquece jamais! Professor cria um sentimento de posse sobre seus alunos, que exclue os demais colegas. Ele se apropria de tal forma, que egoistamente anula os demais. Tudo passa a ser fruto do trabalho dele. É claro que não é assim. Trabalhei praticamente a vida toda com quartas séries, tinha um bom relacionamento com os professores de quinta à oitava. Puxava muito e gostava de mandá-los muito bem preparados para a série seguinte. Tínhamos um corpo docente de primeira linha: Lurdinha (Matemática), Vera (Português), Orlando (Geografia), Maria José (Estudos Sociais), etc. Sem falar no time do ensino fundamental. Poucos livros didáticos. A maior parte do material utilizado em sala de aula era preparada pelo próprio professor. Lembro-me de duas inspetoras de alunos da época: Janete Coneglian e Maria José Montanholi. Tudo era feito no mimeógrafo. Com que presteza nos atendiam. E o Alex Baptistela, nosso servente? Era um rapaz muito inteligente. Não perdia oportunidade de ficar atrás da porta e acompanhar com atenção tudo que ensinávamos. Na primeira oportunidade vinha expor e discutir tudo que havia ouvido. Alex era solteiro quando iniciamos nosso trabalho. Casou-se e teve um filho que exibia orgulhosamente para todo mundo.  Alex partiu cedo, mas deixou saudades. Dona Cida, nossa merendeira, era cunhada do Alex. Há pouco tempo, a encontrei cheia de dores , como eu, numa clínica de fisioterapia. E daí, Dona Cida, como vai? Cheia de dores, respondeu ela. Rimos juntas quando me relatou a resposta que deu para um médico ao ser abordada sobre a causa de tantas dores.” Doutor, lavar pilhas de pratos, que enfileirados, daria a extensão daqui à São Paulo, foi isso que fiz a vida inteira”! Apesar das dores, Dona Cida é feliz e se orgulha dos filhos que formou à custa de sua profissão. Cristiane, uma de suas filhas, é diretora concursada de uma escola municipal. Vida longa, Dona Cida!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

GRATIDÃO

Sou saudosista sim. Guardo com carinho todos os cartões, cartinhas, que recebi dos meus alunos, ao longo de minha vida profissional, como também os que recebi de amigas, parentes, etc. Guardo até os convites de formatura de meus filhos, sobrinhos, etc. Pasmem, tenho todos os cartõezinhos que acompanharam os presentes que recebi quando me casei. É tão bom tocar, reler e relembrar. Quero olhar para frente, mas sem me esquecer do passado. Quanta coisa escrevo hoje, surpreendendo meus próprios filhos! Quem sabe não seria agora a hora certa para tudo isso? Hoje tenho tempo para isso e tenho muito prazer em fazê-lo. Como escolhi continuar a minha proposta inicial do blog, registrando minhas vivências pelas escolas onde trabalhei,  estou agora  remexendo nos guardados da época do Malatrazi. Eis que encontro uma carta, cuja postagem data de 23 de dezembro de 1.983. Remetente: MICHELE C. GARCIA, Rua Expedicionários, 425, Lençóis Paulista, S.P. De dentro, tiro um cartão com a seguinte mensagem: ”Feliz Natal para um ser humano maravilhoso, um Natal cheio de luz, iluminando o seu caminho e conduzindo à verdadeira felicidade. Com carinho, Michele”. Junto com o cartão, uma carta de sua mãe, a ARLÉIA. Ela começa com as mesmas palavras do cartão: ”Feliz Natal para um ser humano maravilhoso, e este ser humano é você Zuleika, que com carinho ajudou-nos no progresso da Michele, e juntas conseguimos com que ela gostasse de estudar. Isto, Zuleika, não tem preço e nem palavras que paguem. O amor não é simplesmente amar e sim provar que amamos. E você provou que ama a profissão, que és realmente merecedora dos elogios que lhe fazem. Obrigada amiga, que você encontre junto aos seus, felicidade em demasia, para assim poder continuar distribuindo-a. Que você seja muito, mas muito feliz, é o que lhe desejamos, pois, você foi uma pessoa  que nos ajudou a sermos mais felizes. Obrigada e que Deus continue do seu lado, ajudando-a a compreender o próximo,  dando-lhe paciência e fé no futuro. ARLÉIA”. Obrigada, Arléia. Você não viveu o bastante para ver como suas filhas desabrocharam. Até hoje, onde elas me encontram, estampam aquele sorriso largo e brota aquele abraço carinhoso. Arléia, você não morreu, está viva nas filhas e netos. Saudades e gratidão.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

UM FATO INUSITADO (INÍCIO DE 1.977)

Remanejadas do Paulo Zillo, mas sem teto para nos abrigar! A nova escola ainda não estava pronta e o ano letivo já estava começando. Para onde ir? Provisoriamente ocupamos salas da escola do “QUITINHO”, como carinhosamente era chamada a Escola Francisco Garrido. Eu estava, na época, (início de 1.977) com três filhos: Cássia, Evandro e Fernando. O Fernando era um bebê. Havia nascido no dia 16 de setembro do ano anterior, estava, portanto, com 5 meses e ainda mamava no peito. Foi, então, que solicitei ao Diretor, licença para sair na hora do recreio para amamentá-lo. A permissão foi dada, mas eu não poderia sair da escola, alguém teria que levar o Fernando, todos os dias, na hora do recreio para mamar. E assim aconteceu. Isto foi possível porque a escola do Quitinho era perto de minha casa. Minha mãe assumiu esta missão. Não sei quanto tempo isto durou, como não sei também quanto tempo ficamos ali. Não me lembro da mudança de uma escola para outra. Só me lembro que em termos de prédio, perdemos muito. Localizada no Parque Residencial São José, na rua Gabriel Oliveira Rocha, s/n, a nova escola dispunha de uma enorme área. Sua construção seguiu os modernos padrões da época. Era formada por duas alas, separadas por um canteiro central. As salas de aula ocupavam uma ala inteira e não havia comunicação entre elas. Todas as portas davam para o canteiro central. Do outro lado ficavam todas as demais dependências: sala dos professores, secretaria, diretoria, banheiros, sala dos inspetores escolares, cozinha, despensa, galpão, banheiros dos alunos e mais três ou quatro salas de aula. As únicas salas de aula que não se abriam para o canteiro central eram as localizadas na ala administrativa. Logo pudemos sentir como era difícil movimentar os alunos em dias de chuva. Isto sem falar da poeira que tínhamos de engolir nos longos períodos de estiagem, porque a área livre do terreno não contava com nada: nenhum gramado, nenhuma árvore, nem sequer uma quadra para Educação Física. Tudo foi saindo com muita morosidade. Conforto na sala de aula? Nenhum. O piso era rústico. Logo começou a esfarelar. O chão tinha que ser respingado com água para poder ser varrido. O que valeu a pena foram os alunos que recebemos, o corpo docente de primeiríssima linha, a direção firme, o apoio das famílias, as campanhas desenvolvidas, enfim, uma escola que começou e se projetou no cenário educacional de Lençóis Paulista.  E.E.P.G. do Parque Residencial São José, hoje “Antonieta Grassi Malatrazi”, nome de uma das melhores professoras de Lençóis Paulista. Os anos passaram, o bairro cresceu, novos bairros surgiram, como também novas escolas. Alunos que vinham da Cecap hoje têm sua própria escola. E o Malatrazi passou a absorver alunos do Jardim Primavera. Novos tempos, novos desafios! Se hoje conta com um prédio totalmente reformado, acolhedor e com um grande contingente de alunos, também conta  com direção empreendedora e corpo docente capaz de continuar sua sublime missão de EDUCAR! Tenho lembranças incríveis dos anos que ali trabalhei. Voltar para o Paulo Zillo? Nunca mais. Foi maravilhoso começar tudo de novo ali. Foi como ingressar pela segunda vez. Só me removi dali para o Esperança de Oliveira, quando faltava pouco tempo para minha aposentadoria. Quero agora abrir um espaço no meu blog para falar de lembranças que guardo carinhosamente de  quantos cruzaram comigo no MALATRAZI!   

sábado, 7 de fevereiro de 2015

À ZIZI (MARIA JANDIRA BORIN FORTES - IN MEMORIAN)

Zizi, quem não a conheceu? Esposa de Seu Fortes, da Coletoria Federal. De semblante tranquilo, exalava calma, paz por onde passava. Dona de uma sabedoria profunda, dessas pessoas que sabiam o que estavam falando, até nos assustava às vezes. Quando falava, seus gestos se harmonizavam de uma tal maneira, que era impossível não ficar enlevado com o assunto. Havia algo de misterioso nas suas colocações. Não era de jogar conversa fora. Não era de fofocar. Quando se aproximava, queria saber da família, dos filhos, e pode ter certeza, conselheira de mão cheia. Mas volto a repetir, era enigmática, misteriosa, leitora devoradora de boas obras. De certa feita, Zizi me confidenciou: “não há prazer maior que uma chávena de chá no final da tarde e um bom livro como companhia”. Zizi era cheia de cuidados com sua saúde. Dizia sempre: não espero meu corpo dar sinais de algumas necessidades, eu estou sempre me oferecendo para ajudá-lo a manter suas funções e assim garantir a minha saúde. Alimentação saudável, muito líquido, rins funcionando bem, é assim que me preservo. Hoje, refletindo sobre nossas conversas, reconheço quantos ensinamentos ela me passou. Interessante notar que ela permaneceu em minha lembrança, mais como amiga do que professora. Zizi foi uma das sete que foram remanejadas para a recém-criada escola do Parque Residencial São José, no ano de 1.977. Ela não ficou tão abalada quanto eu. Na época, Seu Fortes tinha um carrinho branco muito bem conservado, antigo, carrinho de colecionador, que Zizi dirigia com maestria. Muitas vezes peguei carona com ela. Ninguém, no comando daquele carro, deixaria uma imagem tão elegante quanto ela deixou. Zizi não morava longe da escola, mas era autossuficiente. Lembrei-me agora da colega Neusa Fernandes, de Borebi, que sem acanhamento nenhum, ia de bicicleta para a escola. Hoje seria inviável, por causa do trânsito intenso nas ruas para chegar à escola. Pela distância entre a minha casa e a nova escola, tive que aprender a dirigir, porém, a carteira de habilitação se aposentou bem antes que eu. Nunca peguei na direção para ir à escola. Era sempre levada pelo meu marido. Que saudades da Zizi. Depois que se mudou de Lençóis, nunca mais a vi. Fui professora da Cristina, sua filha mais velha, no Magistério. Cristina e Euricléia, amigas inseparáveis. Carmem, a filha mais nova, mora atualmente em Bauru. Minha gratidão à Zizi pelos bons momentos que compartilhamos, ora na vida profissional, ora na vida particular. Que Deus a tenha, amiga!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

À DONA ZIZI (PROFESSORA IVANISE ORSI MORETTO - IN MEMORIAN)

ZIZI, apelido carinhoso de duas professoras muito queridas que conheci e admirei pelas profissionais que foram. Mas, infelizmente, não estão mais entre nós. Quero falar primeiro de Dona Ivanise Orsi Moretto. Desde criança fui muito próxima de Zizi, pois era filha de Teresa Berteli, irmã de minha avó materna Carmela Berteli. Zizi era, portanto, prima irmã de minha mãe. Zefiro Orsi, seu pai, era dono do Pastifício Orsi, a popular fábrica de macarrão do Orsi. Teve dois filhos: Zizi e William. William sempre trabalhou ao lado do pai. Hoje, são os filhos de Zizi e William que administram a indústria, que só cresceu e se solidificou. Tia Teresa, irmã de minha avó Carmela, era uma mulher muito fina, educada, acolhedora. Quando criança, íamos muito à sua casa. Lá se escondia um tesouro maravilhoso: a noninha Catarina, nossa bisavó. Quando a conheci, já era bem velhinha, toda encolhidinha, curvadinha, pelo peso de sua idade avançada. Em seu quarto, muito bem cuidada, lá estava ela, de tercinho na mão, mandando mil Ave Marias para Nossa Senhora e intercedendo pela família. Ela não enxergava mais, não andava, mas para nós, era muito lindo visitar a noninha Catarina. Depois que ela morreu, seu tercinho ficou muito tempo comigo, lembrança que me foi dada pela Nona Carmela. A casa de tia Teresa permanece até hoje, imponente, na esquina da Rua Geraldo de Barros com a Nove de Julho. Para adentrá-la, tínhamos que subir uma escada passando por baixo de um caramanchão de primavera, sempre florida. Não conheci Zizi criança, mas adulta, professora formada e casada com o médico Dr. Marcos Moretto, com quem teve os filhos: Sílvia, Silvana, Sara e Zéquinha. Moraram muitos anos em Macatuba, onde Dr. Marcos clinicava e D. Ivanise (ZIZI) dava aula. Depois de longos anos em Macatuba, voltaram para Lençóis. Dr. Marcos chegou a ser médico de meus filhos mais velhos. Era um profissional excelente. A Praça Dr. Marcos Moretto foi uma justa homenagem a ele prestada. Dona Ivanise, ou Zizi, veio removida para a E.E.P.G. Dr. Paulo Zillo, já prestes a se aposentar, no ano de 1977, no mesmo ano que fui removida compulsoriamente para a recém criada E.E.P.G. do Parque Residencial São José. Ela foi a pessoa que mais se solidarizou com a minha nova situação dizendo: “Se eu soubesse teria pedido para ir no seu lugar”. Mal sabia ela, que essas palavras ficariam gravadas no meu coração. Logo depois, ela se aposentou, deixando uma vaga para remoção. D. Zizi e Dr. Marcos não tiveram uma vida tão longa como seus pais, porém, ficarão eternamente nos corações dos que os conheceram!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

38 ANOS PASSADOS

Ainda guardo o meu prontuário, devolvido, acredito eu, depois de minha aposentadoria, na mudança da Delegacia de Ensino de Lençóis para Bauru. Revirando a papelada nele contida, eis que me deparo com um ofício datado de 09 de fevereiro de 1977, cujo assunto me soou estranho. Tratava-se de comunicar o meu remanejamento da E.E.P.G. Dr. Paulo Zillo para a E.E.P.G. do Parque Residencial São José. REMANEJAMENTO? Sempre soube que foi uma remoção compulsória. Pior ainda foi o que li em seguida: ”considerando que conforme sessão realizada no dia oito próximo passado, não houve manifestação de nenhum dos professores das unidades citadas em ser remanejados para a escola recém-criada, fica Vossa Senhoria notificada que deverá, a partir de amanhã dia 10/2, assumir o exercício na escola criada, participando do Plano que será levado a efeito nas dependências da E.E.P.G. Dr. Paulo Zillo, às oito horas. O papel aceita tudo. O ofício vem assinado pelo Delegado de Ensino, que na época era o Seu Sílvio da Cunha. Era endereçado a mim. Com certeza as outras seis colegas também devem ter em seus prontuários a mesma correspondência. No último parágrafo, o Delegado de Ensino justifica porque fomos as escolhidas: ”em virtude de nossa classificação nos últimos lugares”. Últimos lugares, Seu Sílvio? Considerando o que? Esqueceu-se de dizer, “considerando o tempo de magistério”. Mesmo tendo na época 12 anos de magistério, mesmo sendo uma das mais novas professoras, eu amava de paixão a escola onde ingressei por Concurso Público e onde reencontrei como Diretora a minha professora do terceiro ano do Grupo Escolar, Dona Maria da Conceição Viegas Garbino. O senhor não sabe o que senti ao chegar na escola, super motivada para inciar o novo ano letivo e ser bombardeada com uma notícia dessas. Até a Diretora ficou pasmada. De sua boca, Seu Sílvio, saíram palavras como profecias que nunca se concretizaram: ”vai chegar um dia em que professor nenhum vai se sentir pertencente a uma escola só, mas de todas as escolas”. Naquele momento não entendi, chorei muito, pois eu era Paulo Zillo, e tive que me conformar com a nova situação. A minha vocação para o magistério não foi abalada diante desses fatos. Ao contrário, fui muito feliz em todas as escolas por onde passei. Mais feliz ainda por ter colaborado na Comemoração do Centenário do Esperança de Oliveira, a escola que foi o meu berço. Não me sinto professora de todas as escolas, como o Seu Sílvio disse, mas das escolas onde atuei. Agradeço a Deus o dom de ensinar.  Aos colegas, diretores, pais, alunos, minha eterna gratidão. Considero-os minha segunda família! Neste ano estamos comemorando 50 anos de existência da escola Dr. Paulo Zillo.

Vamos comemorar!