São José me levou para Pratânia e Maria me trouxe de volta para Lençóis.
Feliz coincidência. Foi no dia dele que iniciei o meu trabalho na EEPSG Profa.
Maria Aparecida Justo Salvador, e no primeiro dia de maio, de volta para
Lençóis. Como isso foi possível? Logo após o meu ingresso como diretora, tratei
logo de me informar sobre como poderia, legalmente falando, voltar para o meu
município de origem. Como Lençóis era Delegacia de Ensino, pude me inscrever
pelo artigo 22, para substituir algum diretor do município, que por ventura se
afastasse do cargo. E não é que deu certo! A diretora da EEPG Profa. Cecília
Marins Bosi, Distrito de Alfredo Guedes, fora designada para integrar a
Assistência Técnica do SERHU da DRE de Bauru e assim voltei para substituí-la.
Estava muito feliz e ao mesmo tempo triste, por ter que comunicar isso para
todos que me acolheram tão bem em Pratânia. Na verdade, a minha saída,
confirmou a condição da escola. Ela, realmente, servia de trampolim para os
diretores que por ali aportavam. Troquei uma escola de Primeiro e Segundo Graus,
com mais de mil alunos, por uma de apenas Primeiro Grau, com uma quantidade tão
pequena de alunos, e com todas as vantagens do meu cargo! O Delegado de Ensino,
na época, tentou me chantagear, dizendo que só me traria para Lençóis, se eu
desistisse de me aposentar, assim que a minha situação como diretora estivesse
normalizada. Não sei como é hoje, mas há 24 anos, levava exatamente seis meses
para acertar toda a situação, ou seja, o acesso de um cargo para outro.
Enquanto isso não acontecesse, eu continuaria trabalhando como diretora e
recebendo como professora. Eu não aceitei a chantagem. Fiquei firme com relação
aos meus direitos e vim para Alfredo Guedes. Foram exatamente seis meses para
eu aparecer como diretora no holerite. Tinha direito de receber toda a
diferença de salário dos meses trabalhados como diretora e recebido como
professora. Que decepção! Foi tão pouco, que nem lembro mais onde retiveram
tanto, se foi no imposto de renda ou onde foi. A Educação não muda. E foi assim,
que a partir de 02 de maio de 1.991, comecei a trabalhar em Alfredo Guedes,
Distrito de Lençóis Paulista, berço de um ramo importante da família Boso.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
ANO DE 1.991 - INGRESSO COMO DIRETORA DE ESCOLA
No Diário Oficial do dia 15 de março de 1.991 saiu publicado o Decreto de Nomeação para o meu cargo de Diretor de Escola, para exercer em Caráter Efetivo e em Jornada Completa de Trabalho. Diretor de Escola, padrão 12 A, da Escala de Vencimentos do Quadro do Magistério, SQC II. Fui nomeada para a EEPG Maria Aparecida Justo Salvador Profa, São Manuel, Botucatu. Nomeada, o próximo passo era tomar posse, o que aconteceu no dia 19 de março, como já disse, dia de São José Operário. Com a cara e não muita coragem, assumi, pois afinal de contas o que ainda impedia a minha aposentadoria era a aprovação nesse concurso. Foi um verdadeiro desafio. Uma repetição de tudo que eu havia enfrentado quando ingressei como professora. Saí de uma situação muito cômoda, lecionando a uma quadra de minha casa, realizada e reconhecida profissionalmente, trabalhando como professora em um período e como Coordenadora do Ciclo Básico em outro, para enfrentar um verdadeiro desafio. A escola era imensa. Mais de mil alunos. Primeiro e Segundo Graus. Estava passando por reforma. Faltava até carteiras para os alunos. Encontrei uma Assistente de Diretor muito competente, mas meio dona da escola. Explico o porquê. A fama da escola era de servir de trampolim para diretores, ou seja, tomavam posse e assim que a oportunidade surgia, se afastavam. Não foi diferente comigo. Só que não deixava transparecer isso. Mergulhei de cabeça no trabalho. Com a minha prática pedagógica no Ensino Fundamental, investi fundo nos professores do Primeiro Grau. Me aproximei bastante e fui ganhando a confiança deles. A maior parte do Corpo Docente era de São Manuel. Lembro-me de todas elas, de um modo especial, da Sandra, esposa do prefeito de Pratânia. Simpática e competente. As professoras que não vinham de fora, que moravam lá, estavam cursando faculdade. Elas reclamavam muito da transitoriedade dos diretores. Eu dizia a elas que tudo melhoraria no dia em que uma delas assumisse a direção. O prefeito de Pratânia, o Senhor Roque, foi de uma amabilidade imensa e me acolhia sempre. Devo dizer que quando soube que eu era conhecida de seu irmão Jorge, cunhado de minha cunhada Cleide, nosso relacionamento foi melhor ainda. Estava sempre disponível para tudo que dizia respeito à escola. O Prefeito Roque fez e faz muita coisa pela cidade. É amado pelo povo de lá. Hoje é assessor de Milton Monti. É um político de verdade. Pratânia é conhecida pelos seus produtos em couro. É uma cidade pequena que recebe alunos de toda a zona rural. Quem vai para Avaré, passa por ela. É aconchegante, conserva muitas tradições, principalmente religiosas. É a típica cidadezinha do interior que tem na sua Igreja o centro, e em volta a praça. Quando podia, saía para andar um pouco e espairecer. Faz muito tempo que não vou para lá. O progresso e a tenacidade dos prefeitos deve ter produzido muitas melhorias. Sou grata pela acolhida que tive e o respeito com que fui tratada. Com a minha saída, novamente a assistente assumiu. Era de Botucatu, dava aula em Avaré, e nos revezávamos à noite, pois a escola funcionava em três turnos. Fui por pouco tempo Diretora em Pratânia, mas guardo com carinho a experiência positiva. Já se passaram vinte e quatro anos!
quinta-feira, 18 de junho de 2015
RETOMANDO MINHA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Estamos no ano de 1.991. Estou no Esperança de Oliveira. Como sempre, assumo uma classe de quarto ano. Uma classe de dar inveja. Alunos muito bem preparados e que renderiam muito em aproveitamento. Lembro que minha filha caçula, a Viviane, fazia parte desta turma. Minha sobrinha e afilhada Fernanda Virgínia também. Eram cerca de trinta e oito a quarenta alunos. Para minha filha Viviane, ser minha aluna, era o que mais queria. Com a classe lotada e todo o entusiasmo para iniciar mais um ano, partimos. Lembro que era uma classe que exigiria muito de mim, mas tinha certeza dos bons resultados que alcançaria. O primeiro dia de aula era sempre muito importante. Nós estabelecíamos os padrões de comportamento para o ano todo. Eu falava muito e, a partir de então, ia reforçando diariamente tudo que havia sido proposto. Era muito enérgica e exigente. Meus alunos tinham que se destacar em tudo, principalmente, ir para a quinta série muito bem preparados. Para isso, mantinha um contato muito estreito com os professores da quinta série. Costumava desafiar meus alunos, propondo questões de livros da quinta série. Eles gostavam muito. Ficavam radiantes quando se saíam bem nesses desafios. Pois bem, o ano de 1.991 nos pegou de surpresa . Mal teve início, saíu publicado no Diário Oficial do Estado, a minha chamada para escolha da vaga de Diretor de Escola, concurso que eu havia prestado há algum tempo. Assim que publicaram a relação de vagas, eu e outras colegas aprovadas nos reunimos para analisar qual a possibilidade de escolhermos o mais próximo possível de nosso município. Era o momento, fosse onde fosse teríamos que ir, e depois, caso fosse fora do município, tentar voltar pelo Art. 22, ou tentar um cargo comissionado na Delegacia de Ensino de Lençóis. Fora isso, havia a possibilidade de aguardar um próximo Concurso de Remoção. Com a minha escolha como Diretora de Escola, deixei o Esperança de Oliveira para, por acesso, assumir meu cargo de Diretora de Escola. Enchi-me de coragem e fui para o município de Pratânia. A Escola onde ingressei leva o nome de uma professora da região. Imensa, com mais de mil alunos, tinha Ensino Fundamental e Ensino Médio. Muitos alunos vinham da zona rural, eram recolhidos por ônibus e percorriam uma longa distância para chegar até a mesma. Eu mesma, como Diretora, tinha que sair às sete horas de casa, para estar, pontualmente, às oito horas na porta da escola. Eram dois ônibus, um até São Manuel, outro de São Manuel até Pratânia. Dia 19 de março, dia de São José Operário, lá estava eu, com a cara e a coragem, sem nenhuma experiência em Administração Escolar, assumindo uma escola de Primeiro e Segundo Graus. Como me saí, conto na próxima página!
terça-feira, 16 de junho de 2015
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
Preparada com o maior carinho, aconteceu a Festa de Santo Antônio! Tudo conforme a programação que procuramos divulgar. A Comissão de Festas começou muito cedo os preparativos. Movida pela grande devoção ao Santo, tudo aconteceu conforme a tradição. A parte litúrgica tocou fundo no coração de todos que fizeram o tríduo, mas a festa ao grande Santo superou tudo. Quero falar de tudo um pouco. Padre Milton, admirado e respeitado não só pelos seus paroquianos, mas por todos os fiéis de Lençóis e da região, conduziu muito bem não só a parte religiosa, como também, fez-se presente em todas as demais atividades. Por onde passou deixou a poderosa benção pela intercessão do glorioso Santo. Na quinta-feira, pretendia participar da missa do segundo dia do tríduo. Infelizmente estávamos mal orientados com relação ao novo acesso. Se Deus quiser e Santo Antônio ajudar, teremos um acesso que permita chegar à Capela com mais praticidade nas festas futuras. Como eu não queria perder a missa do sábado, tratamos logo de descobrir o novo acesso. E assim foi. Na sexta-feira fomos prestigiar o Show de Prêmios, no Lions, outro evento da programação em honra ao Santo, cuja renda seria revertida para a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, responsável pela Capela do Corvo Branco. Um show de prêmios com uma abundância de brindes, que bem demonstrou a generosidade dos devotos de Santo Antônio. Padre Milton, após a celebração da missa do terceiro dia do tríduo, passou por lá e agradeceu muito a colaboração de todos. Finalmente chegamos ao tão esperado Dia de Santo Antônio, sábado, treze de junho. Desta vez chegamos lá. Às dezessete horas e treze minutos teve início a procissão. Tudo muito tocante. Foi nos arredores da capela. Após a procissão, teve início a Santa Missa, abrilhantada pelo coral que tem um nome forte “TERÇO dos HOMENS". Lindo! Na Homilia, a comentarista fez a leitura de um texto que contava os principais fatos da vida de SANTO ANTÔNIO. Tudo aquilo que já conhecíamos do Santo tivemos a oportunidade de reavivar. No final da missa a tão esperada benção dos Pães de Santo Antônio e distribuição ao povo. Antes da benção dos pães, Padre Milton benzeu o mastro com os três santos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Invocou a proteção dos três e convidou o povo para acompanhar o levantamento do mastro. E para culminar, uma grande explosão de rojões. Após a parte religiosa, começou a quermesse. Padre Milton explicou que daqui para frente o espaço será usado para festas, almoços e outras atividades. Já conta com um caseiro para evitar a ação de vândalos. Mais uma vez, parabéns à comissão de festas que recuperou o espaço com o maior carinho. Em cada detalhe do recinto podia-se perceber que tudo foi feito com muito amor!
segunda-feira, 15 de junho de 2015
VISITA INESPERADA
No momento em que Santo Antônio entregava sua bela alma a Deus, no convento de Pádua, ele apareceu em Vercelli, ao Padre Abade dos Beneditinos dessa cidade. Tinha grande afeição por ele, pois fora seu mestre em alta teologia. Na ocasião, o abade estava sofrendo de um violento mal de garganta. Antônio apareceu-lhe subitamente, dizendo: ”Padre Abade, deixei minha cavalgadura em Pádua, e vou para a Pátria”. Ao mesmo tempo, aproximou-se do doente, tocou-lhe a garganta, curou-o e desapareceu. O Abade pensou ter recebido a visita inesperada de Santo Antônio, espantou-se somente por ter sido tão curta. Saiu imediatamente de sua cela, percorreu o mosteiro, perguntando aos que encontrava, onde estava o Padre Antônio. Dizia: ”Ele acabou de sair de minha cela, depois de ter me curado do mal terrível que eu sofria”. Os religiosos não duvidaram do milagre que acontecera, pois sabiam que Abade estava incapaz de pronunciar uma só sílaba. Mas nenhum deles vira o Santo por ali. Pouco depois, o Superior e os Religiosos souberam que o glorioso Padre Antônio morrera na tarde de 13 de junho (1231), quer dizer, no dia e hora em que teve lugar a bem-aventurada aparição. Nos momentos mais difíceis de sua vida, Santo Antônio invocava Maria, que corria imediatamente em seu auxílio e, o Menino Jesus descia, visivelmente, em seus braços, acariciando-o, dando-lhe beijos, falando familiarmente com ele. É lindo ficar contemplando a imagem de Santo Antônio. Ficamos arrebatados com a ternura entre ele e o Menino Jesus.
sábado, 13 de junho de 2015
LÍNGUA BENDITA
O fim do apostolado de Santo Antônio não aconteceu com a sua morte precoce, aos trinta e seis anos. Embora vivendo tão pouco, sua vida foi repleta de obras e méritos. Santo Antônio vive ainda no meio de nós com o mesmo poder que nos dias de sua existência terrena. Ele continua a nos falar como falou durante toda a sua vida. Essa SANTA LÍNGUA, que converteu milhares de pecadores e reuniu em torno dele os peixes do mar para confundir os incrédulos, essa língua que se fez ouvir em todos os idiomas como no dia de Pentecostes, que ressuscitou mortos, que consolou tantas almas, que curou tantas doenças, essa língua que o Papa chamou a Arca do Testamento, onde se conserva o maná do céu e a vara miraculosa de Moisés, essa Língua, enfim, que durante a sua vida se reduziu ao silêncio para nos ensinar a humildade, a renúncia e a união com Deus, está realmente entre nós. Trinta e dois anos após a sua morte, quando fizeram a trasladação das relíquias de Santo Antônio, encontraram os ossos e seu corpo reduzidos à cinzas, porém, a Língua estava intacta. Em presença de fato tão extraordinário, o seráfico Boaventura, não contendo a emoção, tomou-a em suas mãos, beijou-a e exclamou: ”Ó língua bendita, que não cessastes de louvar a Deus e que o fizestes louvar por um número infinito de almas, vê-se agora quanto sois preciosa aos olhos de Deus”! Depois fê-la encaixar num relicário de ouro, para ser venerada através dos séculos. Nada mais era necessário para crescer a devoção ao Santo. Os milagres, que não cessavam um só dia, aumentaram ainda mais.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
VOCAÇÃO FRANCISCANA DE SANTO ANTÔNIO
A divisa de Antônio era: vida por vida, alma por alma, amor por amor, imolação total de si mesmo para a glória de Deus! Santo Antônio amou Deus por Deus. Ora, enquanto ele estava no Convento de Santa Cruz, chegaram com grande pompa as relíquias de cinco franciscanos que tinham regado com o seu sangue as terras da África. Ninguém ficou mais tocado que ele com o esplendor dessas festas. Contemplando as relíquias, ele manifestava ao Altíssimo, o desejo de passar pela mesma prova: o sofrimento, o martírio de morrer por amor, oferecendo o sacrifício da própria vida. E diante das relíquias dos santos mártires, Fernando suplicava e se indagava: ”Terei eu essa felicidade? Esse dia chegará para mim?" Os santos mártires ouviram os suspiros de Fernando e, para responder-lhe, enviaram religiosos de São Francisco, aos quais poderia falar de seus projetos. Fernando, então, confidenciou aos religiosos, o seu desejo de entrar para a Ordem de São Francisco, com o firme propósito de ser enviado para a África e ali servir e fazer parte do número de mártires que deram sua vida por amor a Deus. A aprovação não se fez esperar. Dom Fernando foi recebido de braços abertos na Ordem de São Francisco, COM O NOME DE ANTÔNIO. A promessa feita a Fernando foi cumprida. Após o noviciado, foi admitido à profissão e enviado à África onde São Bernardo e seus companheiros receberam a coroa do martírio. Mas Deus reservara a Antônio outra glória. Apesar de desejar ser ignorado, colocando-se abaixo de todos para crescer diante de Deus, não podendo receber o martírio do sangue, entregou-se ao martírio da renúncia. Escondeu seus talentos com tanto cuidado, que durante muito tempo era olhado quase como um ignorante. Era tão reservado, que passava quase por imbecil e, só entregavam a ele, os serviços mais vulgares do convento. E ele tudo aceitava sem dizer uma única palavra sobre sua origem, ou os vastos conhecimentos teológicos adquiridos. Sua única ambição era conhecer Jesus, Jesus crucificado, amá-lo, unir-se a ele. Humildade e obediência eram grandes atributos de Santo Antônio. Perfeito discípulo de Jesus e do patriarca São Francisco, Antônio de Pádua escolhia sempre o último lugar, evitando os louvores humanos. A obediência é a pedra de toque da humildade. Quanto mais uma alma se despreza, mais agrada a Deus e mais facilmente se submete às ordens dos que o representam. É o que nos mostra Santo Antônio. Apesar do grande atrativo pela humildade e escondimento, era pela obediência que renunciava aos seus desejos e corria para onde seus superiores o mandavam. Foi para a África procurar o martírio por obediência, voltou à Itália por obediência, se prega, se ensina teologia, se exerce o cargo de guardião é por obediência. Santo Antônio não se julgava bom para nada, mas por obediência, sentia-se capaz de tudo fazer.
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