sexta-feira, 5 de junho de 2015

DONA ERMELINDA E O RESPONSÓRIO DE SANTO ANTÔNIO

Santo Antônio também é o Santo que nos ajuda a encontrar as coisas perdidas. Existe uma oração chamada Responsório, que rezada por pessoas de muita fé, fazem o que está perdido aparecer. São pessoas de uma fé imensa no poder de intercessão de Santo Antônio junto a Jesus. Uma dessas pessoas era Dona Ermelinda, filha de tradicional família lençoense, a família Paccola. Dona de um sorriso encantador e de uma meiguice cativante, era procurada por todos que desesperados pela perda de algo, confiavam na sua oração para recuperar. Além do sorriso, da meiguice, envolvia a todos com o seu jeito carinhoso de tratar as pessoas e conversar. Era de uma religiosidade e caridade que só encontramos em pessoas muito especiais. Era casada com seu Walter Cusin e mãe de duas filhas: a Marli e a Dionísia. Tive oportunidade de dar aula para a mais nova, a Dionísia. Lembro-me do carinho dela comigo quando dei aula para a Dionísia. Lembrava com lágrimas nos olhos como a Dionísia havia nascido pequenina. Ela dizia que era um bebê tão pequeno que um anel servia de pulseirinha em seu braço. Dona Ermelinda teve a alegria de ver as filhas formadas, casadas, netos correndo pela casa e muitas outras coisas boas. Certa ocasião, estava em Amparo hospedada em uma Colônia de Férias da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo com minha família, quando precisei de Dona Ermelinda. Amparo é uma cidade que tem uma localização privilegiada. Permite passeios e compras muito boas. Circulávamos por Lindóia, Serra Negra, Monte Sião, Estâncias Turísticas que deixavam meus filhos, então crianças, encantados. Quando estava em Lindóia ia sempre visitar a querida Irmã Antonieta, recolhida no Hospital da cidade e cuidada pelas outras Irmãs de sua ordem. Monte Sião foi palco do que vou narrar agora. Cidade pitoresca, famosa pelas suas malhas, atraía e atrai até hoje quem quer adquirir seus produtos. Homens, mulheres, jovens, todos se dedicam a arte de confeccionar os tricôs. Em cada casa há uma confecção. Foi numa dessas lojas que fiz compra para a família. No dia seguinte, dei por falta de minha carteira. Bateu o desespero. Fomos à delegacia, fizemos boletim de ocorrência, comunicamos ao gerente da colônia e, no desespero, ligamos para minha sogra, que logo fez contato com a Dona Ermelinda para fazer o RESPONSÓRIO. Não foi possível encontrá-la. Voltamos sem a carteira. Estava perdida. Dias depois, recebo pelo correio um pacote com um bilhete que dizia o seguinte: ”Encontramos sua carteira no meio das peças de tricô que a senhora, provavelmente, estava vendo. Tivemos o cuidado de abri-la e encontramos o seu endereço. Tiramos apenas o dinheiro suficiente para enviá-la pelo correio.” Junto, um cartãozinho da loja. Guardo até hoje o bilhetinho. Foi ou não foi um milagre de SANTO ANTÔNIO?

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