Santo Antônio também é o Santo que nos ajuda a encontrar as
coisas perdidas. Existe uma oração chamada Responsório, que rezada por pessoas
de muita fé, fazem o que está perdido aparecer. São pessoas de uma fé imensa no
poder de intercessão de Santo Antônio junto a Jesus. Uma dessas pessoas era
Dona Ermelinda, filha de tradicional família lençoense, a família Paccola. Dona
de um sorriso encantador e de uma meiguice cativante, era procurada por todos
que desesperados pela perda de algo, confiavam na sua oração para recuperar.
Além do sorriso, da meiguice, envolvia a todos com o seu jeito carinhoso de
tratar as pessoas e conversar. Era de uma religiosidade e caridade que só
encontramos em pessoas muito especiais. Era casada com seu Walter Cusin e mãe
de duas filhas: a Marli e a Dionísia. Tive oportunidade de dar aula para a mais
nova, a Dionísia. Lembro-me do carinho dela comigo quando dei aula para a
Dionísia. Lembrava com lágrimas nos olhos como a Dionísia havia nascido
pequenina. Ela dizia que era um bebê tão pequeno que um anel servia de
pulseirinha em seu braço. Dona Ermelinda teve a alegria de ver as filhas
formadas, casadas, netos correndo pela casa e muitas outras coisas boas. Certa
ocasião, estava em Amparo hospedada em uma Colônia de Férias da Associação dos
Funcionários Públicos do Estado de São Paulo com minha família, quando precisei
de Dona Ermelinda. Amparo é uma cidade que tem uma localização privilegiada. Permite
passeios e compras muito boas. Circulávamos por Lindóia, Serra Negra, Monte
Sião, Estâncias Turísticas que deixavam meus filhos, então crianças,
encantados. Quando estava em Lindóia ia sempre visitar a querida Irmã
Antonieta, recolhida no Hospital da cidade e cuidada pelas outras Irmãs de sua
ordem. Monte Sião foi palco do que vou narrar agora. Cidade pitoresca, famosa
pelas suas malhas, atraía e atrai até hoje quem quer adquirir seus produtos.
Homens, mulheres, jovens, todos se dedicam a arte de confeccionar os tricôs. Em
cada casa há uma confecção. Foi numa dessas lojas que fiz compra para a
família. No dia seguinte, dei por falta de minha carteira. Bateu o desespero.
Fomos à delegacia, fizemos boletim de ocorrência, comunicamos ao gerente da
colônia e, no desespero, ligamos para minha sogra, que logo fez contato com a
Dona Ermelinda para fazer o RESPONSÓRIO. Não foi possível encontrá-la. Voltamos
sem a carteira. Estava perdida. Dias depois, recebo pelo correio um pacote com
um bilhete que dizia o seguinte: ”Encontramos sua carteira no meio das peças de
tricô que a senhora, provavelmente, estava vendo. Tivemos o cuidado de abri-la
e encontramos o seu endereço. Tiramos apenas o dinheiro suficiente para
enviá-la pelo correio.” Junto, um cartãozinho da loja. Guardo até hoje o
bilhetinho. Foi ou não foi um milagre de SANTO ANTÔNIO?
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