quarta-feira, 10 de junho de 2015

MEUS IRMÃOS PEIXES...

Achava-se um dia Santo Antonio na cidade de RIMINI, na Romanha, procurando um meio de levar a Deus, as multidões que as paixões mundanas desgarravam. Implorou a proteção do Criador e fez sinal ao povo para segui-lo à praia e o conduziu à embocadura do rio Marecchia. Aí, voltando-se para o mar Adriático, clamou em alta voz: ”Peixes do rio, peixes do mar, ouvi. Quero anunciar-vos a Palavra de Deus, uma vez que os heréticos se recusam a ouvi-la”. À sua voz, as ondas agitaram-se; inúmeras espécies desses habitantes, que povoam o mar, correram para aquele que os havia chamado. MEUS IRMÃOS PEIXES, disse-lhes, DEVEIS AO CRIADOR UM RECONHECIMENTO SEM MEDIDA, FOI ELE QUE VOS DEU PARA MORADA OS RIOS, MARES, OCEANOS. Foi Ele que vos deu esta casa nas profundezas das águas, para refúgio nas tempestades; deu-vos nadadeiras para irdes onde quiserdes e vos forneceu a comida de cada dia. Criando-vos, ordenou crescerdes e multiplicar-vos e abençoou-vos. No dilúvio universal, enquanto os outros animais pereciam nas águas, Deus os conservou. Fez-vos a honra de escolher-vos para salvar o profeta Jonas, fornecer o tributo ao Filho do Homem e servir-lhe de alimento antes e depois da sua ressurreição. Louvai e bendizei ao Senhor, que vos favoreceu entre todos os seres da criação. Os peixes atentos, como se fossem dotados de inteligência, testemunhavam por movimentos, que tinham prazer em ouvir o Santo e queriam dar a Deus o mudo tributo de suas adorações. “Vede, exclamou Santo Antônio, voltando-se para os heréticos, admirai como criaturas privadas de razão, ouvem a Palavra de Deus com mais docilidade que os homens criados à sua imagem e semelhança!”

Na trezena de Santo Antônio, exatamente no décimo segundo dia, há uma invocação que começa assim: “Ó glorioso Santo Antônio, cuja língua bendita ensinou os homens a louvarem a Deus, tende piedade de mim e lembrai-vos que não foi só em vosso proveito que Deus o dotou de tantos dons, mas foi também em meu benefício e para me animar a recorrer a vós em todas as necessidades da alma”.




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