A divisa de Antônio era: vida por vida, alma por alma, amor por amor, imolação total de si mesmo para a glória de Deus! Santo Antônio amou Deus por Deus. Ora, enquanto ele estava no Convento de Santa Cruz, chegaram com grande pompa as relíquias de cinco franciscanos que tinham regado com o seu sangue as terras da África. Ninguém ficou mais tocado que ele com o esplendor dessas festas. Contemplando as relíquias, ele manifestava ao Altíssimo, o desejo de passar pela mesma prova: o sofrimento, o martírio de morrer por amor, oferecendo o sacrifício da própria vida. E diante das relíquias dos santos mártires, Fernando suplicava e se indagava: ”Terei eu essa felicidade? Esse dia chegará para mim?" Os santos mártires ouviram os suspiros de Fernando e, para responder-lhe, enviaram religiosos de São Francisco, aos quais poderia falar de seus projetos. Fernando, então, confidenciou aos religiosos, o seu desejo de entrar para a Ordem de São Francisco, com o firme propósito de ser enviado para a África e ali servir e fazer parte do número de mártires que deram sua vida por amor a Deus. A aprovação não se fez esperar. Dom Fernando foi recebido de braços abertos na Ordem de São Francisco, COM O NOME DE ANTÔNIO. A promessa feita a Fernando foi cumprida. Após o noviciado, foi admitido à profissão e enviado à África onde São Bernardo e seus companheiros receberam a coroa do martírio. Mas Deus reservara a Antônio outra glória. Apesar de desejar ser ignorado, colocando-se abaixo de todos para crescer diante de Deus, não podendo receber o martírio do sangue, entregou-se ao martírio da renúncia. Escondeu seus talentos com tanto cuidado, que durante muito tempo era olhado quase como um ignorante. Era tão reservado, que passava quase por imbecil e, só entregavam a ele, os serviços mais vulgares do convento. E ele tudo aceitava sem dizer uma única palavra sobre sua origem, ou os vastos conhecimentos teológicos adquiridos. Sua única ambição era conhecer Jesus, Jesus crucificado, amá-lo, unir-se a ele. Humildade e obediência eram grandes atributos de Santo Antônio. Perfeito discípulo de Jesus e do patriarca São Francisco, Antônio de Pádua escolhia sempre o último lugar, evitando os louvores humanos. A obediência é a pedra de toque da humildade. Quanto mais uma alma se despreza, mais agrada a Deus e mais facilmente se submete às ordens dos que o representam. É o que nos mostra Santo Antônio. Apesar do grande atrativo pela humildade e escondimento, era pela obediência que renunciava aos seus desejos e corria para onde seus superiores o mandavam. Foi para a África procurar o martírio por obediência, voltou à Itália por obediência, se prega, se ensina teologia, se exerce o cargo de guardião é por obediência. Santo Antônio não se julgava bom para nada, mas por obediência, sentia-se capaz de tudo fazer.
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