Quem não se lembra do S. Davi? Homem forte, chamava atenção
por seu porte, sua voz, seus passos.
Na época em que começou a trabalhar no Esperança de
Oliveira, era um servente, mas suas atribuições correspondem hoje às de um Inspetor
Escolar.
Cuidava com muito carinho dos meninos. Lembro-me dele
circulando por todo o espaço do Esperança de Oliveira, dentro e fora do prédio.
Hora de abastecer os tinteiros. Lá vinha o seu Davi, pedia licença,
entrava na sala de aula e ia, de carteira em carteira, abastecendo os mesmos. Servia
a todos com muita presteza.
Hora do recreio. Seus braços vigorosos batiam repetidas
vezes o sino. Seu som se espalhava por toda a escola e arredores. Tenho saudades
do sino do Esperança de Oliveira.
“Não encontrou o S. Davi?” Procure-o no porão. Com certeza
estará lá. O porão, porém, era o lugar mais amedrontador da escola. Corriam
conversas assustadoras sobre um esqueleto que havia lá. Ninguém olhava nem
pelas janelinhas de ventilação. Nem a Diretoria para onde os alunos tinham medo
de ir, caso fizessem alguma malandragem, era tão temida.
Conversando com o S. Tonico Placa, pai do meu genro,
construtor de renome em Lençóis, ouvi uma história interessante do seu tempo de
criança. Frequentou o Esperança de Oliveira de 1939 a 1944, quando se diplomou.
Repetiu um ano porque ficou muito doente. Morava no sítio, próximo ao Rio da
Prata, mais ou menos onde é hoje o Village.
Seu Tonico vinha à pé e descalço. Quando chegava à escola,
já havia caminhado um longo trecho. Era só mato. Quando chovia, chegava de
barro até o joelho. Como entrar na escola daquele jeito? Era, então, que surgia
a figura do S. Davi. De mangueira na mão, lavava os pés das crianças antes de
entrar na sala de aula, porque se o barro secasse, iria esfarelar e sujar todo
o assoalho. Imaginem depois, a dificuldade para limpar.
Que bom se pudéssemos incutir, hoje, em nossos alunos, o
amor, o respeito, o carinho devido às nossas escolas e à sua História.
Ao S. Davi nossa homenagem no ano em que sua escola comemora
100 anos.
Concordo com tudo. Gratidão por você me ajudar a lembrar dos gestos do David Baptistela. Uma relação que convivi e que faz parte da minha infância. Abraços
ResponderExcluirJosé Carlos Jordan
Bauru (SP).
Bom dia,José Carlos. Fiquei feliz por você guardar as mesmas lembranças do S. David. Venha prestigiar a festa que está sendo preparada para comemorar o centenário do "Esperança de Oliveira". Zuleika
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