Um dos gestos mais bonitos para com o professor era
levar-lhe flores.
A mesa do professor era muito bem arrumada. Havia, em todas
elas, um pequeno vaso onde o professor colocava as flores que recebia. As
flores eram colhidas nos jardins das próprias casas. Não havia floricultura.
Os quintais eram grandes. Neles havia hortas, jardins,
árvores frutíferas, galinheiro, chiqueiro. Os quintais não eram calçados. Andávamos
descalços. Tudo tão diferente de hoje.
Na época certa, nossas mães semeavam as flores que seriam
colhidas em “Finados”. Parecia um milagre da natureza. No final de outubro,
desabrochavam as palmas, as margaridas, as rainhas margaridas, lírios, que
seriam usadas para enfeitar os túmulos. Usavam, também, flores de papel crepom.
Lembro-me das coroas muito coloridas depositadas nos túmulos.
Como nas casas, nosso Grupo Escolar Esperança de Oliveira,
também tinha um jardim muito bem cuidado. O jardim interno tinha canteiros com
um lindo traçado geométrico. Não me lembro de flores neste espaço, mas belas
árvores. Na frente, entre as duas escadas que davam acesso ao prédio, também
havia canteiros, e neles, belíssimas roseiras.
Falar das roseiras do Esperança de Oliveira é se lembrar, com saudades, do S. Lídio Ferrari. Não sei qual era a sua função, mas uma delas
era cuidar do jardim e, isto ele fazia como um mestre.
No tão temido porão do Esperança de Oliveira, havia uma “oficininha”
partilhada pelo S. Lídio e pelo S. Davi. Era onde, também, S. Lídio guardava as
ferramentas que usava no jardim. Os dois permanecem vivos em nossas lembranças.
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