As salas de aula eram todas iguais. O mesmo mobiliário, a
mesma disposição, etc.
Todas possuíam duas lousas, um relógio de parede, um quadro
com o patrono da classe, três fileiras de carteiras duplas, a mesa do
professor, três janelas amplas, duas portas, uma na frente e outra atrás, na
mesma parede. Não lembro se entrávamos por uma e saíamos por outra. Lembro que
tanto para levantar, como para sentar, a professora contava 1, 2, 3, e, a cada
ordem, correspondia uma posição.
A lousa era negra. A cor de giz mais usada, branca.
No segundo ano ocupei uma sala geminada, que ficava de
frente para a Rua Anita Garibaldi. Geminada por quê? Porque eram duas salas
normais, mas separadas por uma imponente parede de madeira, toda trabalhada e
que no final do ano, era aberta e dava lugar a um grande salão, onde acontecia
a exposição dos trabalhos manuais feitos pelas crianças do primeiro ao quarto
ano. Eram bordados, trabalhos em madeira, etc.
Lembro que os meninos faziam um trabalho na madeira muito
interessante. A professora riscava um desenho, uma paisagem, um animal, e a
criança pegava um preguinho e batia, fazendo o contorno do desenho com
furinhos. A madeira, ou seja, o quadrinho, era lixado e depois pintado com
lápis de cor.
As meninas bordavam: ponto correntinha, ponto atrás. No
primeiro ano eu já sabia fazer sapatinho de tricô para bebê.
As exposições aconteciam, portanto, no salão. Hoje, após
sucessivas reformas, a divisão em madeira foi substituída pela alvenaria,
deixando de existir um espaço tão importante para a escola.
E o galpão do Esperança? Está lá tal qual era na minha
infância, com uma diferença, não existe mais a linha no chão que dividia metade
para as meninas, metade para os meninos. Só permaneceu banheiro dos meninos,
banheiro das meninas. A cozinha ocupa o mesmo espaço. O jardim interno quase
desapareceu.
O espaço para as brincadeiras também era separado. Meninas
de um lado, meninos do outro.
E espaço que era ocupado pelos meninos foi destinado,
atualmente, à quadra de esportes, onde acontecem as aulas de Educação Física e
as famosas Festas Juninas.
O espaço que era ocupado pelas meninas, hoje deu lugar à
circulação dos alunos, que por ali, chegam e saem.
Os dois espaços, tanto à direita, quanto à esquerda,
perderam em área, pois foram construídas salas de aula.
A imponente escadaria do Esperança era usada pelos professores
quando chegavam na escola, e, na saída, por professores e alunos.
Os portões permaneciam fechados e só abriam quando era hora
de ir embora.
O Esperança de Oliveira acolhia todos os alunos da cidade.
Os professores moravam todos muito próximos da escola. A cidade era pequena.
Acolheu também, professores de cidades vizinhas. Minha professora do segundo
ano veio de Agudos, chamava-se Dona Clélia. Antes dela, tivemos uma de São
Manuel, Dona Zilda.
Foi com a Dona Clélia que terminamos o segundo ano. Passei
em primeiro lugar e dela ganhei o livro ZABUMBA como prêmio. Fiquei muito
feliz!
Gostaria muito de receber notícias da D. Clélia (Agudos) e
D. Zilda (São Manuel). Se alguém puder me ajudar, por favor, utilize o espaço
destinado aos comentários.
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