Minha mãe se chama Ruth Malavazi Boso. Nasceu no dia 27 de
setembro de 1922. É viva e tem hoje, 91 anos.
Nasceu em Macatuba. Há pouco tempo foi matar saudades,
visitando o lugar onde nasceu (uma fazenda) e encontrou, ainda, marcas de sua
infância.
Veio com onze anos para Lençóis e morou na Rocinha, reduto de
italianos, região agrícola, hoje transformada em ponto
turístico. Sua produção de uva e vinho é famosa.
Minha mãe é de ascendência italiana. Minha avó materna era Berteli
e meu avô era Malavazi.
Ela conta que meu bisavô Berteli ajudou na construção
do Esperança de Oliveira, e que ela, vinha à pé, junto com outras crianças,
para estudar no mesmo.
Lembra com alegria das brincadeiras que vinham fazendo pelo
caminho. Lembra, também, que não gostava muito de estudar. Torcia para chegar atrasada e encontrar o portão fechado. Às vezes, se escondia na Igreja até a hora dele fechar, então, voltava para casa. Na hora do recreio, havia sempre a troca de lanches entre as crianças.
Ela levava pão com ovo frito ou pão com banana e sempre tinha alguém querendo trocar com ela.
De sua vida escolar, sempre falou de uma professora: a D.
Mariazinha. Sabem por quê? Porque ela foi, também, minha professora de 4o ano.
Dizia: - Olha, deu aula para mim e agora é professora da minha filha.
Minha mãe sempre teve problemas com ortografia. Língua
Portuguesa não era o seu forte, ao contrário de sua irmã, a querida tia Nega,
muito prendada nos dons da escrita.
Mesmo com toda sua limitação, foi uma guerreira, uma
batalhadora. Sua mãe era analfabeta e dizia sempre: - “Quem tem boca, vai a
Roma”!
Hoje, com quase 92 anos, lê o jornal sem óculos e se orgulha
muito de sua independência. Sabe administrar sua casa, suas contas, seu
dinheirinho.
A trajetória do meu pai também passou pelo Esperança de
Oliveira. Com ele, o problema foi a idade. Teve que ser alterada para poder
frequentar as aulas, pois era muito novo.
Também filho de imigrantes italianos (Boso e Casagrandi),
passou sua infância e adolescência na Fazenda Santa Maria, de José Boso, irmão
de seu pai.
Como eu, Zuleika Boso Radichi, entrei nessa história, conto
da próxima vez...
Que linda D. Ruth! Sempre simpática com um sorriso nos lábios! Saudades!
ResponderExcluirMinha mãe ficou muito feliz com o seu comentário! Lembra com carinho das reuniões no setor, das visitas, do auxílio prestado ao meu pai, pelo Marcão.
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