terça-feira, 11 de março de 2014

Dona Maria da Conceição Viegas Garbino – minha professora do terceiro ano

Muito jovens vieram para Lençóis. Aqui se estabeleceram, formaram família, criaram raízes e por anos a fio se dedicaram à educação. Ele, Elzo Terra Garbino, Diretor do Esperança de Oliveira até se aposentar. Ela, como professora, e depois, como Diretora do 2o Grupo Escolar de Lençóis Paulista, atual Paulo Zillo.
A sala que ocupei no terceiro ano, era oposta à que ocupei no segundo ano. Enquanto a do segundo dava para rua, o do terceiro dava para o jardim interno.
Era uma sala numerosa, mas D. Maria era excelente professora. Lembro-me da presença constante do S. Elzo em nossa sala. Lembro-me também, dos cuidados dela conosco, não só em relação à aprendizagem, mas também como uma mãe, uma amiga, uma conselheira.
Há um fato pitoresco, acontecido em sala de aula, que ficou gravado na minha memória. Estávamos no final do ano, época de exames. O exame que eu mais temia era de leitura oral e interpretação. O Diretor fazia o exame. A professora permanecia ao lado. Havia vários livros de leitura. Era, então, sorteado o texto. Tínhamos um tempo para passar os olhos nele, estudar o vocabulário, etc. Quando éramos chamados, tínhamos que ler em voz alta e depois contar com as nossas palavras o que tínhamos lido.
Eu tinha tudo que um bom leitor deve ter: pronúncia, entonação, timbre, pontuação, enfim, sempre fui muito boa leitora. Meu problema era interpretação. Eu ficava super apavorada.
À minha frente, com a maior calma do mundo, D. Maria, minha professora, saboreava um pêssego maravilhoso, de dar água na boca.
Isto ficou registrado na minha memória por causa do contraste entre as situações: eu aflitíssima e, ela, deleitando-se com aquele pêssego. Era tanta a minha aflição, que nem fiquei com vontade de dar uma mordida na fruta.
D. Maria era muito educada. Houve uma ocasião em que ela me chamou de lado e fez uma observação sobre um dente da frente. Orientou-me a procurar o dentista. Fiquei morrendo de vergonha, não tínhamos tanto recurso para procurar um dentista particular. Acabei tendo problema sério com ele. Tive que extrair o nervo e ele ficou escuro.

2 comentários:

  1. Vovó Maria, sempre com as suas chamadinhas de canto para nos dar um toque, ou corrigir algum erro de português, na verdade os erros de português eram corrigidos na sua maioria na hora mesmo, acho que seu ouvido não aguentava escutá-los....rsrs
    Saudades....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ana Luiza .Você realmente retratou muito bem sua vovó Maria ,com relação aos erros de português. Pode ter certeza que eles realmente machucavam os seus ouvidos Quem trabalhou com ela sabe muito bem disso . Quando dava visto nos diários e semanários,fazia correções,mas também muitos elogios. Também tenho muitas saudades dela .Aguarde,pois ainda tenho muito para falar dela . Beijos,Zuleika .

      Excluir