No fundo da sala ficava o imponente armário do professor.
Era muito alto, de madeira, com portas de vidro. Metade era do professor que
dava aula de manhã e metade era do professor da tarde. Ali ficavam nossos
cadernos e o material do professor.
Hoje me lembrei da forma como o professor distribuía e
recolhia nossos cadernos, pois eles não eram levados diariamente para casa,
somente ia ao final da aula, o caderno de tarefa.
A professora ia até o fundo da sala e trazia para a sua
mesa, por exemplo, os cadernos de caligrafia. Eles eram guardados em montinhos.
Cada montinho era de uma fileira de alunos. Colocava cada montinho na sua
fileira correspondente. O aluno que estava à frente tirava o seu, passava o
restante para trás e, assim, sucessivamente, até o último aluno da fileira.
Na hora de recolher, os alunos passavam no sentido
contrário, vinham de trás para frente, cada aluno ia acrescentando o seu.
Quando a professora recolhia os montinhos de cadernos de
cada fileira, fazia uma pilha grande, porém, desencontrando os montinhos para
facilitar a distribuição. Era divertido, mas um trabalho que ajudava o
professor.
Citei o caderno de “caligrafia” porque tínhamos,
obrigatoriamente, duas aulas por semana. A professora riscava na lousa, com sua
régua grande de madeira, a pauta. Nela, fazíamos os exercícios. Lembro-me muito
bem das aulas de caligrafia. O traçado das letras maiúsculas, minúsculas, o
escrever as palavras sem tirar o lápis do lugar, acentuar e pingar somente
depois de escrever a palavra inteira, etc. Eram regras que seguíamos
rigorosamente. Naquela época, cada aula levava uma nota. O professor saía
carregado de cadernos para corrigir em casa. As notas iam de 0 a 100. Usava-se
a caneta vermelha para assinalar os erros e destacar tudo o que o professor
queria.
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