Lêda Fazzio nasceu em Botucatu, no ano de 1917. Ali fez
todos os seus estudos. Lembra-se com orgulho da Escola Normal Oficial de
Botucatu. Era uma das três melhores escolas públicas do Estado.
Recebeu seu diploma de professora em dezembro 1936, com
apenas 19 anos de idade. Dona Lêda exibe com orgulho, em sua sala, a fotografia
de sua formatura.
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Em fevereiro de 1937, iniciou sua carreira no magistério,
como substituta, na escola do Bairro do Faxinal, em Botucatu. Fazia três
quilômetros à pé, para ir de sua casa à escola rural. Lecionou, também, na
Fazenda Santa Maria do Paraíso, por um ano e oito meses.
Percorreu um longo caminho por escolas da zona rural,
fazendo os preciosos “pontos” até conquistar uma cadeira na zona urbana.
D. Leda se emociona ao contar fatos ligados a sua trajetória
até chegar ao Grupo Escolar Esperança de Oliveira, fatos estes, que merecem ser
registrados.
Ainda como substituta, pegou uma escola na região de Óleo. Para
chegar até lá, pegava o trem em Botucatu, à meia noite do domingo. Toda semana
era assim. O pai, muito cuidadoso, a colocava no trem e fazia muitas
recomendações ao chefe para que cuidasse dela durante a viagem. O chefe, por
sua vez, recomendava à D. Lêda que ficasse quietinha em seu lugar, até chegar à
estação de destino, mas ele mesmo esticava seu colchão no chão e tirava uma
soneca.
Às cinco horas da manhã, o trem chegava na Estação de
Batista Botelho, destino da D. Lêda.
O dia mal estava raiando. Os aluninhos encarregados de
acompanhá-la até a escola, lá estavam de prontidão. Eram mais três quilômetros
à pé até chegar na escola.
Foi assim que a maioria dos professores iniciou a sua
carreira. Para fazer “pontos” era preciso ir longe e passar por situações
difíceis: chuva, sol, moradia, alimentação, transporte, etc.
D. Lêda conta que havia a exigência de cumprir 180 dias
letivos e promover, no mínimo, quinze alunos.
Como promover quinze alunos, se na escola apareciam quatro
ou cinco?
D. Lêda não hesitou. Diante de tal situação, fez contato com
alguém da colônia e, de porta em porta, pelos sítios da vizinhança, foi
descobrindo as crianças. Quando perguntava aos pais por que as crianças não iam
à escola, eles respondiam que não adiantava mandar, porque nunca tinha
professor. D. Lêda, então, muito firme dizia: “De agora em diante, não faltará mais professor, pois eu sou a nova
professora”.
Naquele ano, D. Lêda promoveu não apenas quinze alunos, mas
vinte e três. D. Lêda se efetivou em 1940. Deu aulas em Bofete, Pardinho,
Paranhos e Alfredo-Guedes. Em 1950, chegou ao Grupo Escolar “Esperança de
Oliveira”, onde trabalhou até a aposentadoria.
Prezada Dna. Zuleika,
ResponderExcluirFico grato e emocionado com bela homenagem que faz à minha mãe. Com toda certeza você a faz muito feliz.
Me esforçarei para aí estar no dia 12 de abril. O "Esperança" também foi minha primeira escola, depois do Parque Infantil da Dna. Irma Carrit.
Grande abraço.
Reinaldo José Fazzio Feres.
Poder compartilhar lembranças tão queridas e dividir emoções ao delas relembrar,me torna muito feliz.Pude sentar ao lado de sua mãe,ouvir suas histórias de vida,sentir sua emoção. Contemplada com o dom de uma vida longa ,nada mais justo do que esta pequena homenagem à minha primeira professora,D.Leda.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDona Zuleika,
ResponderExcluirFiquei muito feliz e emocionada ao ler sua homenagem. Dona Leda, minha madrinha/mãe, minha inspiração para a carreira de professora.Hoje seguindo seus passos trabalho na escola "Esperança de Oliveira". Abraços.
Criseide, feliz e emocionada fiquei eu ao ler o seu comentário.Poder trabalhar na escola onde os professores foram modelos para a formação das novas gerações de educadores é uma honra. Orgulho maior é conhecer sua história. Abraços, Zuleika
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