No primeiro ano, não se escrevia à tinta. Somente se usava
lápis preto.
A partir do segundo ano era introduzida a tinta. Alguns
trabalhos eram feitos à lápis e, depois de corrigidos, eram passados à limpo no
caderno próprio, à tinta.
Escrever à tinta exigia muito cuidado. Era preciso ter uma
boa caneta, a pena certa e dosar a quantidade certa de tinta para não borrar.
Mas, às vezes, era difícil, e, para secar a escrita, usávamos mata-borrão. Era
um papel grosso, poroso que absorvia o excesso.
Na época, caneta-tinteiro, ou seja, caneta com um
reservatório para tinta, que soltava na medida certa, era um luxo.
Para nós, restava a caneta de pena e molhar a pena no
tinteiro.
As carteiras eram de madeira e duplas. Em cada carteira
havia dois tinteiros de vidro, colocados dentro de um orifício e tampados com
uma tampinha de cobre, que corria abrindo e fechando, conforme a necessidade.
Toda aula passava o Inspetor de alunos, na minha época, o
seu Davi Baptistella, abastecendo os tinteiros, que eram minúsculos copinhos de
vidro. Nós, alunos, cuidávamos da limpeza da carteira, do copinho, da
“portinha” de cobre.
Lembro que, sorrateiramente, pegava dos materiais de limpeza
da minha mãe, pedacinhos de pano, cera, bombril, para levar à escola. Não havia
tempo para malandragem. Quando sobrava tempo, lá estávamos nós polindo,
cuidando, zelando pelo nosso material.
Na época, a mais famosa papelaria de Lençóis era dos irmãos
Luminatti: Álvaro e Nestor. Quando fazíamos a compra de material escolar, já
vinha de brinde o famoso mata-borrão.
No quarto ano, ganhei minha primeira caneta-tinteiro. As
marcas famosas na época eram: “Parker” e “Sheaffer”.
Sei que a minha era deliciosa. Escrevia muito macio. A cor de
tinta que comprávamos era azul royal e a marca da tinta era “Parker”.
Hoje não tenho mais a primeira caneta tinteiro, mas ela me
acompanhou por muitos anos.
Tenho guardado o presente que ganhei dos meus pais de
formatura: um reloginho de pulso, e ele ainda funciona!
Está sendo muito bom ler seu blog. Parabéns pela iniciativa.
ResponderExcluirEstá bem detalhado, meigo e carinhoso para com as pessoas aqui ratratadas .
É um prazer. Um abraço.
Nilce,muito obrigada pelas palavras carinhosas que me estimulam a continuar. Espero que continue a ler as minhas postagens. Como disse no início, foi a forma que encontrei de homenagear o Esperança de Oliveira, no ano de seu centenário. Abraços. Zuleika
ExcluirQue bom esse blog. Parabéns
ResponderExcluirTambém frequentei o Esperança entre os anos de 1958 a 1965 ( se não me falha a memória). Lembro do nosso querido e saudoso inspetor de alunos, o Sr. David Baptistela, da Professora Idalina de Oliveira, o Dr. Elzo, Ilda Biral e Antonio Biral. Não dá para esquecer. Um momento inusitado que aconteceu comigo foi quando certo dia no pátio do recreio (na quadra) sem querer minha mochila escapou da minha mão e foi parar no lado das meninas ( havia uma demarcação no centro que separava os meninos das meninas) e eu não podia atravessar a linha, aí uma menina muito graciosamente devolveu a minha mochila ( naquela época e pelas circustâncias foi bastante emocionante)
José Carlos. Que bom que você está gostando do meu blog. Confesso que eu também estou satisfeita com o retorno. Tenho certeza que todos que passaram por esta escola, guardam boas lembranças. Venha juntar-se a nós no Dia do Reencontro,12 de abril. Vamos comemorar o centenário de nossa escola. Zuleika
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