sexta-feira, 24 de outubro de 2014

AS SETE PROFESSORAS QUE DERAM VIDA À ESCOLA ESTADUAL DO PARQUE RESIDENCIAL SÃO JOSÉ - ATUAL “ANTONIETA GRASSI MALATRAZI”

Ângela Trecenti, Ângela Lorenzetti, Ozires Cordeiro, Maria Jandira Fortes e Zuleika Boso Radichi foram as professoras removidas compulsoriamente do Dr. Paulo Zillo para iniciar o trabalho na recém criada escola do Parque Residencial São José. Todas nós sentimos muito. Deixaríamos a escola de nossos sonhos, nossos colegas, nossa diretora, nossos alunos, para adotar nova casa, novo diretor, novos alunos. Na época, Lençóis era uma Delegacia de Ensino. Seu Sílvio Cunha era nosso Delegado. Isto aconteceu no início de 1977. A notícia pegou todo mundo de surpresa, até a diretora. Eu chorei muito, o Grupo Escolar Dr. Paulo Zillo, na minha cabeça, seria a minha escola até a aposentadoria. Mas não foi isso que aconteceu. Seu Sílvio, Delegado de Ensino, justificou dizendo que ia chegar um dia em que nenhum professor iria se sentir parte de uma só escola. O professor pertence a todas as escolas. Foi com esse discurso que ele nos “arrancou” do Paulo Zillo. O critério adotado foi o da classificação por tempo de serviço. Pegou as cinco últimas classificadas, portanto, as que tinham menos tempo de serviço. Fez a mesma coisa com as professoras do Esperança. Removeu duas: a Genny Bernardes e a Neide Franco. Estava formado, portanto, o novo Corpo Docente da mais nova escola de Lençóis. Um quinteto do Paulo Zillo e uma dupla do Esperança de Oliveira. De Areiópolis veio removido o Diretor Edo Jesus Coneglian. Ficamos algum tempo no prédio da Escola de Comércio. Assim que o novo prédio foi concluído, fomos para lá. Nossas vidas mudaram muito, tínhamos que atravessar a cidade para chegar lá. Ficamos tão traumatizadas com a remoção contra a nossa vontade, que não quisemos mais saber de voltar para o Paulo Zillo. A nova escola surgiu para acolher os alunos da Mamedina e do Parque Residencial São José, que atravessavam a cidade para estudar. Os primeiros anos foram maravilhosos, considerando-se a qualidade do ensino ali oferecido, sem falar da direção. O que foi mais difícil foi nos adaptar ao novo prédio. Infelizmente não lembrava em nada nosso inesquecível Paulo Zillo e Esperança de Oliveira.  As salas de aula tinham padrão normal, mas o resto das dependências eram minúsculas. O chão de cimento rústico ia esfarelando com o uso. Era insuportável a poeira que levantava quando os serventes varriam. Embora construída num terreno imenso, não tinha a infraestrutura adequada para ser a escola que também absorveria, mais tarde, os alunos do Jardim Primavera. A quadra para as aulas de Educação Física custou a ser feita. Não preciso dizer que aquilo que não foi gasto com a sua construção,  foi gasto com as sucessivas reformas pelas quais passou. Demorou muito tempo para que todo o espaço livre fosse ocupado adequadamente, principalmente, com árvores e gramado. Oferecendo também o ensino de quinta à oitava, o Corpo Docente cresceu. Levou muitos anos para esquecermos aquela remoção compulsória, porém, o prazer de alicerçar a nova escola, dando-lhe o necessário impulso para se projetar no cenário educacional, valeu a pena.

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