Ângela Trecenti,
Ângela Lorenzetti, Ozires Cordeiro, Maria Jandira Fortes e Zuleika Boso Radichi
foram as professoras removidas compulsoriamente do Dr. Paulo Zillo para iniciar
o trabalho na recém criada escola do Parque Residencial São José. Todas nós
sentimos muito. Deixaríamos a escola de nossos sonhos, nossos colegas, nossa
diretora, nossos alunos, para adotar nova casa, novo diretor, novos alunos. Na
época, Lençóis era uma Delegacia de Ensino. Seu Sílvio Cunha era nosso
Delegado. Isto aconteceu no início de 1977. A notícia pegou todo mundo de
surpresa, até a diretora. Eu chorei muito, o Grupo Escolar Dr. Paulo Zillo, na
minha cabeça, seria a minha escola até a aposentadoria. Mas não foi isso que
aconteceu. Seu Sílvio, Delegado de Ensino, justificou dizendo que ia chegar um
dia em que nenhum professor iria se sentir parte de uma só escola. O professor
pertence a todas as escolas. Foi com esse discurso que ele nos “arrancou” do
Paulo Zillo. O critério adotado foi o da classificação por tempo de serviço.
Pegou as cinco últimas classificadas, portanto, as que tinham menos tempo de
serviço. Fez a mesma coisa com as professoras do Esperança. Removeu duas: a Genny Bernardes e a Neide Franco. Estava formado, portanto,
o novo Corpo Docente da mais nova escola de Lençóis. Um quinteto do Paulo Zillo
e uma dupla do Esperança de Oliveira. De Areiópolis veio removido o Diretor Edo Jesus Coneglian. Ficamos
algum tempo no prédio da Escola de Comércio. Assim que o novo prédio foi
concluído, fomos para lá. Nossas vidas mudaram muito, tínhamos que atravessar a
cidade para chegar lá. Ficamos tão traumatizadas com a remoção contra a nossa
vontade, que não quisemos mais saber de voltar para o Paulo Zillo. A nova
escola surgiu para acolher os alunos da Mamedina
e do Parque Residencial São José, que atravessavam a cidade para
estudar. Os primeiros anos foram maravilhosos, considerando-se a qualidade do
ensino ali oferecido, sem falar da direção. O que foi mais difícil foi nos
adaptar ao novo prédio. Infelizmente não lembrava em nada nosso inesquecível
Paulo Zillo e Esperança de Oliveira. As
salas de aula tinham padrão normal, mas o resto das dependências eram
minúsculas. O chão de cimento rústico ia esfarelando com o uso. Era
insuportável a poeira que levantava quando os serventes varriam. Embora
construída num terreno imenso, não tinha a infraestrutura adequada para ser a
escola que também absorveria, mais tarde, os alunos do Jardim Primavera. A
quadra para as aulas de Educação Física custou a ser feita. Não preciso dizer
que aquilo que não foi gasto com a sua construção, foi gasto com as sucessivas reformas pelas
quais passou. Demorou muito tempo para que todo o espaço livre fosse ocupado
adequadamente, principalmente, com árvores e gramado. Oferecendo também o
ensino de quinta à oitava, o Corpo Docente cresceu. Levou muitos anos para
esquecermos aquela remoção compulsória, porém, o prazer de alicerçar a nova escola, dando-lhe o necessário impulso
para se projetar no cenário educacional, valeu
a pena.
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