Antes de iniciar o curso primário, as crianças passavam pelo
Jardim de Infância “Elisa de Barros”. Era ali que eram preparadas durante um
ano pela D. Irma. Minha mãe bem que tentou fazer com que eu frequentasse o
Jardim de Infância, mas não houve meio. Lembro que chorava muito, não queria
saber. Éramos criados muito agarrados a ela, ficávamos muito envergonhados na
presença de outras pessoas. Sendo assim, nem eu, nem meus irmãos fizemos o
Jardim de Infância. Apesar de não ter tido este contato tão próximo com ela,
não havia na cidade quem não a conhecesse. A família Carrit se destacava pela
religiosidade. D. Irma Carrit e suas irmãs moravam muito próximas. Lembro que
elas eram muito habilidosas. Na época de Finados, as portas de suas casas se
enchiam de coroas com flores de papel crepom muito coloridas, que eram adquiridas
pelas pessoas para enfeitar os túmulos. D. Irma era talhada para lidar com
crianças. Não se casou. Adotava todas as crianças que iam parar em suas mãos.
Era mestra e mãe. O catecismo era uma obrigação. A religião ocupava o centro de
sua vida. Havia duas congregações religiosas na época: os Marianos e
as Filhas de Maria, ambos seguidores de Maria. Vestiam-se de branco e traziam
no pescoço uma fita azul celeste com a medalha de Nossa Senhora. A Congregação
era formada por um grande número de pessoas. O grupo se destacava do restante
dos fiéis pela devoção a Nossa Senhora.
Bernadete, Terezinha e Inês, três sobrinhas de D. Irma, três
professoras que doaram as suas vidas ao magistério. Bernadete, como eu,
conquistou também uma cadeira prêmio. Trabalhou praticamente toda sua vida no
Grupo Escolar Esperança de Oliveira. Excelente Professora Particular de
Matemática, sua casa vivia repleta de alunos em busca de ajuda. Bernadete é
lembrada por todos. Hoje, formada em Direito, continua atuante, embora em outra
área.
Terezinha foi colega de trabalho no Paulo Zillo. Sua casa
foi construída bem em frente da escola. Quando dava o sinal, nós saíamos da
sala dos professores e íamos para o pátio. Ela saía correndo de sua casa para a
escola. Só atravessava a rua. Bons tempos. Terezinha é muito dinâmica. Apesar
de todos os obstáculos que enfrentou ao longo de sua vida, é uma vencedora. A
sua fé remove montanhas. Saudades da correria!
Inês também dedicou toda sua vida ao Magistério. Como suas
irmãs, só conquistou elogios por onde passou. Trabalhou não só em Escola
Pública, como também em Escola Particular. Não tive oportunidade de trabalhar
ao seu lado, porém, sei de sua competência e do prestígio que alcançou.
Hoje, todas, com exceção, claro, de D. Irma, gozam da merecida
aposentadoria e curtem com mais tranquilidade a família.
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