Foi na escola da Fazendinha. Não sei exatamente quantos
alunos eu tinha matriculados no primeiro ano, mais ou menos uns doze. Tinha
meninos e meninas. A cartilha adotada era Caminho
Suave. Tinha os cartazes cujas figuras associavam as letras ao desenho.
Começávamos pelas vogais a, e, i, o, u, e as combinações entre elas: ai, ao, au,
ei, eu, ia, oi, ui, e assim por diante.
A de abelha, e de elefante, i de igreja, o de ovo, u de uva. Depois, seguindo a ordem alfabética,
começávamos o estudo das sílabas: ba, be, bi, bo, bu. A seguir, brincávamos
juntando as sílabas e formando palavras: babá, bebê, babo, bobo, aba, oba, boi,
etc. As crianças levavam uns dois meses para assimilar o processo. Do ba,
passávamos para o ca, do ca para o da. Dominadas as primeiras sílabas, o resto
elas praticamente avançavam sozinhas.
Um fato interessante aconteceu antes de iniciar a cartilha.
Eu seguia religiosamente as orientações que nos foram dadas no curso normal,
bem como o que eu aprendera nos estágios. Antes de entrar na cartilha
propriamente dita, era preciso desenvolver a coordenação motora. Tínhamos manuais
com a sequência dos exercícios motores. Quando os pais viram que os filhos só
estavam fazendo cobrinha, ondinha, sobe, desce, mandaram logo um recado: ”Professora, eu não mandei meu filho à
escola para perder tempo só rabiscando! Trate de ensiná-lo a escrever!
Abreviei o tal do período preparatório e comecei a alfabetização propriamente
dita. Foi um sucesso. Num semestre estavam todos alfabetizados. Minha primeira
experiência. No ano seguinte, nova turma. Agora já estava mais segura. Sabia
que daria conta. Alfabetizar não era a
minha maior paixão. Lembro apenas de uma classe que alfabetizei no
Malatrazi. Eu sempre gostei mesmo foi de trabalhar com alunos maiores. Por
todas as escolas que passei, sempre tive um bom relacionamento com os
professores de quinta série. Gostava de prepará-los para a quinta série, ou
primeira série do ginásio. Acabei me
especializando em quarta série.
Pai diz cada uma. Isto aconteceu quando eu dava aula no Malatrazi. O Diretor exigia que entrássemos em contato com os pais dos alunos com aprendizagem insuficiente. Como a criança vinha de Virgílio Rocha, mandei um bilhete. Achei que seria melhor do que pedir para vir conversar comigo. Sabem o que ele respondeu? “Professora, da educação de minha filha cuido eu, da instrução, quem tem competência é a senhora! É claro que ele estava coberto de razão. Talvez ele pudesse me ajudar em algumas coisas, tipo frequência, tarefas, etc. Porém, quando o assunto não foi dominado em sala de aula, é claro que cabe ao professor reforçar o aprendizado. Não preciso dizer que guardei até hoje a resposta, como também comuniquei ao diretor. Era uma resposta que merecia uma reflexão!
Pai diz cada uma. Isto aconteceu quando eu dava aula no Malatrazi. O Diretor exigia que entrássemos em contato com os pais dos alunos com aprendizagem insuficiente. Como a criança vinha de Virgílio Rocha, mandei um bilhete. Achei que seria melhor do que pedir para vir conversar comigo. Sabem o que ele respondeu? “Professora, da educação de minha filha cuido eu, da instrução, quem tem competência é a senhora! É claro que ele estava coberto de razão. Talvez ele pudesse me ajudar em algumas coisas, tipo frequência, tarefas, etc. Porém, quando o assunto não foi dominado em sala de aula, é claro que cabe ao professor reforçar o aprendizado. Não preciso dizer que guardei até hoje a resposta, como também comuniquei ao diretor. Era uma resposta que merecia uma reflexão!
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