Colega de trabalho por anos a fio no Grupo Escolar Doutor
Paulo Zillo. Mãe da artista Cássia Rando, da Demarice, da Silveli, do Cláudio. Dona Lilah, como respeitosamente era chamada,
era casada com o saudoso Seu Adão Franco de Toledo. Lilah morava bem próximo de
minha casa. Seu Adão era Rotariano. Muitas vezes fui aos jantares do Rotary convidada
por eles. Até cheguei a dar uma palestra, certa ocasião, sobre Orientações aos
Pais com Filhos em Idade Escolar. Foi muito bom. Dona Luisinha Paccola, outra
grande mestra, foi quem fez a minha apresentação.
Dona Lilah ficou na minha lembrança como a professora que
vivia mergulhada sobre os cadernos dos alunos e planejamentos de aula. Ia muito
à sua casa e a mesa estava sempre lotada de material. Dedicava-se de corpo e
alma. Mas é da Lilah em sala de aula que eu quero falar. Tudo em sua sala era
impecável. Podia entrar nela a hora que fosse, jamais seria surpreendida
fazendo outra coisa, senão zelando pelo seu trabalho. Sua lousa era impecável.
Os cadernos dos alunos cuidadosamente encapados, corrigidos, impecáveis! Lilah
era extremamente responsável. Quando tinha alguma dúvida, sabia buscar.
Mantinha a disciplina da classe como ninguém.
A delicadeza de seus gestos, a fala mansa, o tom de voz,
tudo combinava com seu tipo “mignon”. Se tem também alguma coisa que ficou na
minha lembrança, é a Lilah indo e vindo da escola sempre carregada de cadernos
para corrigir.
A correção era o que roubava a maior parte do tempo do
professor. Quem não se lembra da caneta vermelha? Tudo tinha que ser assinalado
em vermelho, até que concluíram que era TRAUMÁTICO para a criança usar esta
cor. O que fazer, então? Passamos a assinalar os erros, pôr um número em cada
um, e no final do trabalho, escrever a palavra corretamente para a própria
criança buscar e substituir. Era a vez da BORRACHA. Agora tinha que apagar a errada
e colocar a certa. Antes, sobre a palavra errada, o professor escrevia a certa,
processo que foi condenado porque a criança acabava fixando as duas formas. Treino
ortográfico com as palavras corrigidas, quantos exercícios para dominar a
ortografia.
Português, nas mãos
da Lilah, era muito bem trabalhado. Deus deu a Lilah o dom de uma vida longa.
Nós ficamos felizes. Silveli, uma de suas filhas, foi minha aluna. Seu rostinho
doce de criança, em uma foto três por quatro, está entre as muitas lembranças
que guardo de meus alunos.
Lilah, que Deus a abençoe! Como eu, tenho certeza que muitas
colegas e alunos, a guardam no coração!
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