sábado, 4 de outubro de 2014

SEGUNDO GRUPO ESCOLAR DE LENÇÓIS PAULISTA

Foi no recém-criado Segundo Grupo Escolar de Lençóis Paulista que ingressei como Professora Efetiva. O Grupo estava instalado provisoriamente no prédio do Jardim de Infância “Elisa de Barros”. Dividia a sala de aula com a Diretora Dona Maria da Conceição Viegas Garbino. A parede que nos separava era de madeira, e não ia até o teto. Imagine a minha situação. Tudo que eu fazia passava pelo crivo dela. Dona Maria sempre me apoiou em tudo. Zelosa no cumprimento de sua função, queria de seus professores o melhor que pudessem dar, por isso estava sempre presente. Foi ali que dei aula para sua filha, a LIA, que tive a oportunidade de rever no DIA do REENCONTRO em abril. Lia está linda! Mora em São Paulo. Veio junto com seus irmãos, Leda, José Antonio e Elzinho, participar da homenagem que seria prestada aos seus pais: ELZO TERRA GARBINO E MARIA DA CONCEIÇÃO VIEGAS GARBINO. Meu reencontro com a minha professora do terceiro ano primário, agora DIRETORA de ESCOLA, aconteceu no ano de 1.964, no primeiro dia letivo do segundo semestre. Da mesma época são as professoras Dinorah Franzini Ranzani, Nancy Scimini Coneglian, Maria Bassalo Lini, Dulcinéia Orsi Morelli, Maria Cinira Da Silva Moretto, Nabila e outras. Lembro-me bem do pioneirismo da Dinorah e Nancy, aplicando o MÉTODO GLOBAL DE ALFABETIZAÇÃO. Houve, na época, muita resistência, mas ela provou sim, que era possível alfabetizar por ele. Dali para frente, declarou-se guerra às cartilhas e estabeleceu-se uma verdadeira guerra entre os professores conservadores e os adeptos do novo método. Com a TEORIA DO CONSTRUTIVISMO, a alfabetização sem a cartilha ganhou novo impulso. A guerra entre os alfabetizadores tradicionais e os alfabetizadores adeptos da nova corrente, continua até hoje. Pais se desesperam quando comparam a aprendizagem de seus filhos com a dos coleguinhas que começam a ler e escrever antes dos seus. A construção do conhecimento pela criança requer o respeito ao tempo de cada uma e exige a derrubada de conceitos que durante décadas imperaram.  É preciso muito preparo do alfabetizador. É importante saber COMO A CRIANÇA APRENDE para por em prática a Teoria do Construtivismo. Daí a importância da Psicologia. Em minha opinião, cabe à escola passar esta segurança aos pais, mas a grande responsabilidade é dos professores. Ensinar nunca foi tarefa fácil.
Cinquenta anos se passaram. Meus filhos foram alfabetizados com a cartilha. Meus netos, os mais novos, estão construindo os seus conhecimentos. A Carol com seis anos lê correntemente. A Ana Luiza, também com seis anos, já lê. Quando estou digitando um texto, fica atrás de mim e vai falando. Às vezes, nem terminei a palavra e ela já percebe e completa. O netinho, de apenas três anos, já conhece o alfabeto desde os dois anos. Reconhece as letras e faz a associação com a inicial dos nomes: M de Marcelo, Z da vovó Zuleika, A de Ana e assim por diante. Nossas crianças são gênios? Claro que não. Elas são submetidas a muitos estímulos,
o que as leva a dominar a leitura e a escrita rapidamente. Deixo aqui uma interrogação: Por que não dá certo com grande número de nossas crianças?  É tão triste perceber que nossos estudantes cometem erros gravíssimos de Português, em todos os níveis de ensino. Temos profissionais que não dominam a própria língua!  A VOLTA DA CARTILHA SERIA A SOLUÇÃO OU SERIA UM RETROCESSO?

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