Com o professor Nelson Brollo aprendemos as técnicas para
trabalhar os conteúdos de Matemática. O PROGRAMA DO ENSINO FUNDAMENTAL
detalhava série por série, não só o conteúdo, como também a metodologia de todas as matérias. Era sobre ele
que me debruçava para dominar o que ainda me faltava. Matemática era o meu
xodó. Alunos inteligentes, pais que acompanhavam e cobravam o trabalho do
professor, me motivavam a crescer. Tempo eu tinha, por isso sempre me dediquei
muito. Para ensinar o conteúdo do sistema de numeração decimal, adotava o
processo das casinhas e associava a uma historinha da família. Cada unidade
representava um membro da família: o pai, a mãe, o primeiro filho, o segundo
filho, e assim por diante. As quantidades iam aumentando, até que não cabiam
mais na casa. Era preciso, então, mudar de casa. Para não perder ninguém na
mudança, iam todos juntinhos, abraçadinhos, amarradinhos. A casa só comportava
9 pessoas, toda vez que chegava a décima, era preciso fazer a mudança para uma
casa maior. A primeira casa tinha o nome de CASA DAS UNIDADES, a segunda casa,
CASA DAS DEZENAS e assim por diante. O processo de mudança se repetia toda vez
que a casa ficava pequena. Assim, íamos avançando no processo de formação das
dezenas, centenas, unidade de milhar, aprendendo a contar. Até aí, tudo era assimilado
concretamente.
Havia uma vantagem de trabalhar com três séries ao mesmo
tempo. Os alunos mais rápidos ficavam sempre prestando atenção no professor e
acabavam dominando conteúdos das séries mais avançadas. Alguns conteúdos eu
conseguia trabalhar com a primeira e segunda séries juntas, ou segunda e
terceira. Eu nunca subestimei meus alunos. O desafio sempre foi uma forma de
levá-los ao crescimento.
Foi Seu Alberto Rezende, Inspetor Escolar, que voltando
várias vezes na minha escola, me convidou para dar palestras para outros
professores, ensinando-os a trabalhar com o Sistema de Numeração Decimal. Na
época, dei palestra até em São Manuel. Aonde eu ia, levava as minhas casinhas
feitas de caixas de papelão. Por muito tempo trabalhamos assim. Depois, com
tanta mudança no ensino, o termo casinha foi substituído por LUGAR: lugar das Unidades,
lugar das Dezenas, lugar das Centenas, etc.
Os “tronquinhos” foram substituídos por palitos de sorvete,
as “casinhas”, pelo Cartaz Valor de Lugar, o “barbante” para amarrar a “família”, pelo elástico, mas a essência continuou a mesma.
Muito obrigada, Seu Alberto! Tiro o chapéu para o Senhor!
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