quarta-feira, 3 de setembro de 2014

D. LÁZARA e S. JOÃO, AVÓS MATERNOS da BEL, nossa PREFEITA

Não consegui todas as cópias das atas de minha turma do curso ginasial. O que percebi foi que todo ano se mexia na classe. Não sei qual era o critério. Agora me deparo com uma classe feminina, com pouquíssimas alunas, apenas dezesseis. A escola do “Quitinho”, “Francisco Garrido”, atraía os meninos, pois dava a formação direcionada para o comércio. Era conhecida como Escola de Comércio e também oferecia o curso noturno. Era outra opção para quem queria fazer contabilidade para trabalhar em escritório, ou prestar concurso para banco. Talvez isto explique a evasão dos meninos. Nós, meninas, ficamos firmes no curso ginasial, pois queríamos ser professoras. O Colégio das Irmãs, de Agudos, que funcionava em regime de internato, também era uma opção. Para poder frequentá- lo, era preciso ter dinheiro. Tenho várias amigas que estudaram lá e contam histórias incríveis do que aprontaram na época, mas se tornaram excelentes profissionais. Entre as dezesseis alunas desta segunda série feminina,  encontro uma,  que a partir de então, tornou-se uma amiga muito especial. Trata-se da Odila Moreira de Souza. Éramos como duas irmãs. Frequentava a sua casa e ela a minha. Estudávamos juntas. Sua família era muito legal. Quero falar um pouco de cada um de seus membros, começando pelos seus pais: D. Lázara e S. João. D. Lázara era da família Bernardes, irmã do S. Luciano, do S. Nelson e outros. Os Bernardes eram de temperamento forte e muito engajados na política. Na minha casa, não se falava tanto de política, o máximo que lembro era que a família dos Cavassuti era ademarista roxa e palmeirense. Eu sempre afirmei que em política e religião, cada um com sua opinião, mas também éramos ademaristas e palmeirenses. D. Lázara não tinha nada a ver com minha mãe, era completamente diferente. Na época de eleição, seu sangue fervia. Saía às ruas e, quando encontrava papos que afinavam com suas ideias, voltava entusiasmada, do contrário, virava um leão. S. João, ao contrário, era de temperamento muito tranquilo, era um paizão, muito amoroso. Tenho na lembrança seu jeito calmo de providenciar as coisas. Muitas vezes dormi em sua casa, principalmente quando tinha que estudar História. Eu e a Odila levantávamos de madrugada, e assim que o padeiro passava e deixava o pão, a mesa era posta, fazíamos um brevíssimo intervalo para comer e de novo continuar. S. João nos acompanhou por muito tempo nessa rotina de pai zeloso, mas faleceu bem antes de D. Lázara. A “guerreira e incansável batalhadora”, D. LÁZARA, viveu muitos anos cercada pela enorme família que constituiu, mas não viveu para saborear o maior trunfo político de sua vida: VER SUA NETA, ISABEL CRISTINA CAMPANARI LORENZETTI, ELEITA PREFEITA DE LENÇÓIS PAULISTA. Conheci todos os filhos de D. Lázara. Meu carinho para a Gertrudes, mãe da Bel, Mercedes, Zezé, Aparecida, Odila, Divino, Pedrinho e Cacá. Alguns já “in memorian”. Odila, minha grande amiga, tornou-se professora como a maioria de nós. Casou-se com o Geszer, foi para São Paulo e, raramente nos vemos. Tenho sempre notícias através de suas irmãs. O Antonio Carlos, o Cacá, também se dedicou à Educação. Tornou-se escritor e já lançou livros aqui em Lençóis. D. Gertrudes tem seu nome ligado ao Hospital Nossa Senhora da Piedade, pelo trabalho voluntário que ali faz. Gertrudes e Mercedes também são muito engajadas nas pastorais de nossa igreja. Esta família continua participando ativamente da História do Município. Dona Lázara e Seu João sorriem agradecidos lá do alto, abençoando a todos. Amém.

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