terça-feira, 30 de setembro de 2014

PROCISSÃO DO ENTERRO DE JESUS

Certa vez, conversando com o Monsenhor Carlos, disse que tinha saudades da procissão da Sexta- Feira Santa, quando o povo saía às ruas para acompanhar a Procissão do Enterro de Jesus. No meu tempo de criança, a Sexta-Feira Santa era respeitadíssima. O silêncio era observado. Não se ligava o rádio. O jejum e a abstinência de carne eram essenciais. Na família de minha avó paterna, não se comia nem tomava produtos de origem animal. Não era permitido o trabalho. Não se varria a casa, não se lavava roupas, etc. O café era moído na véspera porque não podia girar a manivela do moedor de café. Meu pai nunca deixou de acompanhar a PROCISSÃO DO ENTERRO. Usava terno. Era muito solene. Uma coisa que me marcava muito nessa procissão, era a banda, que seguia logo atrás do ESQUIFE. Tocava músicas fúnebres, que nos deixava imersos no clima da PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, isto sem falar no canto da Verônica, que eu acredito, já era entoado pela Dona Antonieta. O percurso era longo. Passávamos pela Rua Quinze quase inteira antes de retornar para a Matriz. Os bares, respeitosamente, fechavam suas portas. Ouvir a pregação, entrar na igreja após, beijar o Senhor Morto, tudo isso era um ritual observado por todos os católicos. Guardávamos silêncio até ARREBENTAR A ALELUIA. Isto acontecia no sábado ao meio dia. Minha avó fazia a gente se ajoelhar e beijar o chão. Os sinos repicavam alegremente. As crianças gostavam muito da malhação do Judas. Era comum a cidade amanhecer com bonecos pendurados nos postes, simbolizando JUDAS, o traidor de JESUS. Eles eram malhados até não sobrar nada. Há muitos lugares que conservam esta tradição.
Diz o padre Reginaldo Manzotti em todo final de seu programa no rádio: EVANGELIZAR É PRECISO! Não importa a forma como evangelizamos, o que importa é o testemunho que damos de nossa fé, o exemplo. Foi assim que nos formaram! 

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