Curso Primário, Curso Ginasial e agora o Curso Normal, ou
seja, o Curso de Formação de Professores Primários. Uma nova etapa tem início.
Eram quinze disciplinas voltadas para a formação da criança. As básicas para a
formação do professor apareciam nos três anos, algumas só no primeiro e outras
só no terceiro. Ao longo dos três anos, houve pouca alteração na turma.
Ganhamos duas colegas novas: a Maria de Nazareth e a Iêda Ferraz Helene. No
último ano, perdemos o Geszer, que nos deixou para assumir um cargo no Banco do
Brasil, em São Paulo. Na época, ele já namorava a Odila. Não tenho palavras
para descrever os PROFESSORES que tivemos. Eram todos excelentes. Nessa altura,
tínhamos quase todos radicados em Lençóis. Só para citar alguns: Maria Isabel
Jacon, Nelson Brollo, Adelaide Andretto, Célio Pinheiro, Ailton Ganzeli, Fernando de
Barros, Murray de Carvalho, entre outros.
Eram verdadeiros doutores em suas matérias. Tínhamos que estudar muito.
Conhecíamos cada professor como a palma da mão. Ficávamos na porta da sala de
aula para ver como eles vinham se aproximando. Quando a D. Maria Isabel trazia
um calhamaço de folhas nas mãos, já sabíamos, era prova surpresa. D. Maria
Isabel nunca marcou data para prova. Era preciso ter sempre a matéria em dia.
Quando não era prova, era chamada oral. Tudo isto sem falar nos óculos
espelhados, nunca sabíamos para quem estava olhando. Mesmo assim, amávamos e
respeitávamos nossos mestres. Guardo com carinho a forma como o S. Célio pedia
para eu ler em voz alta. Gostava da minha voz. E tantas outras singularidades.
Gostoso para nós, para mim, de modo especial, era ouvir S. Nelson Brollo
discorrer sobre os filósofos: Platão, Sócrates, Aristóteles. Havia tanta paixão
na fala do professor, que conseguia nos transportar para a época. O método
Socrático, a Maiêutica, a forma como ele levava os seus discípulos à verdade,
como esquecer? Seu Nelson se tornou Doutor em Educação. Era muito dedicado aos
estudos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário