terça-feira, 16 de setembro de 2014

CADEIRA PRÊMIO - GRANDE ESTÍMULO PARA O MAGISTÉRIO

O ano de 1963 marcou o final desse grande estímulo para os alunos do Curso Normal. O que era a Cadeira Prêmio e quem tinha direito a ela? Era um cargo de professor e quem obtivesse, nos três anos do normal, a maior média, igual ou maior que nove, tinha direito a ela. Quando iniciamos o curso, sabíamos de um forte candidato a ela. Era o Geszer Pires de Camargo. Competir com ele era impossível, mesmo assim, éramos alunos aplicados, não estávamos fazendo um curso por fazer. Nós nos dedicávamos muito. Tenho em mãos o meu Diploma de Habilitação para o Magistério Primário, onde aparecem as médias finais do primeiro, segundo e terceiro anos, respectivamente, 8,74; 8,87 e 9,51; média final 9,04. A Cadeira Prêmio seria minha se não houvesse nenhum outro aluno com média maior. Mas e o Geszer, o que aconteceu com ele? Afrouxou nos estudos? Claro que não. Era competente demais para que isso acontecesse. O Geszer estava em outra parada. Havia prestado concurso para o Banco do Brasil. Como foi aprovado, assumiu uma vaga em São Paulo. Se não me engano, isto aconteceu no segundo ano. Eu não tinha média nove até então, mas poderia lutar para conseguir compensar no terceiro ano os décimos que faltavam. Foi assim, que com muito esforço, fechei o terceiro ano com média 9,51 e 9,04 de média final. Legalmente, eu havia conquistado a tão sonhada Cadeira Prêmio.
Analisando as notas obtidas no terceiro ano do Magistério, verifico que todas foram muito altas, com exceção de Desenho Pedagógico, cuja média foi 7,80. Houve uma mobilização tão grande de minha turma para conscientizar a professora de desenho, que com aquela nota injusta, ela estava pondo a perder uma conquista tão grande, mas ela ficou irredutível. Esta professora não nos conhecia como os demais professores. Não se sensibilizou com a situação.  Graças a Deus e a força que recebi de meus colegas e demais professores, venci! Agora era só esperar a chamada para inscrição e escolha. Novas dificuldades. A Lei estava sendo mal interpretada. Alguns achavam que ela já havia expirado no ano anterior e que eu não tinha mais direito à Cadeira Prêmio. Lembro-me de uma mobilização de professores da região de Lençóis, São Manuel, Botucatu, que haviam conquistado tal direito. Levou um ano e meio para sermos chamadas para a escolha, mas era um direito legal. A partir de 1.964, este Prêmio deixou de existir.
Depois do curso normal, havia mais um ano de aperfeiçoamento para quem quisesse. Não era obrigatório. Este curso também premiava com uma cadeira o aluno com média igual ou acima de nove. A professora Toninha Portes, de Areiópolis, foi a ganhadora no mesmo ano que eu. Diante da demora, muitos duvidaram que conseguiríamos, mas esta é outra história. 

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